quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Resenha de Shows: 4º Edição do Nightfall in South Festival Agita o Inverno Gaúcho


Era uma sábado do dia 14 de agosto de 2010 no qual tivemos mais uma edição do cultuado Nightfall in South Festival que acontece regularmente na cidade de Ijuí, interior do Rio Grande do Sul, e uma das mais importantes da cena Rock e Metal do estado.



Contando nessa edição com o grande apoio da produtora de eventos Metal Army e com a comissão organizadora e apoiadores junto à idealizadora do evento e colaboradora deste blog Débora Reoly, o festival primou pelo som extremo de qualidade.

O festival aconteceu no Hangar Paranhos, local relativamente distante da cidade e que, embora com uma estrutura ampla, acaba dificultando a chegada de algumas pessoas (mesmo com a disponibilidade de vans de hora em hora para o local).



O frio do inverno gaúcho, com certeza, foi o maior problema da noite, aliado ao baixo volume dos microfones em todos os shows, dificultaram para um maior sucesso do festival, que nessa edição contou com as bandas Vulture (SP), Losna (RS), Entherror (RS), Mass of Shit (SC), Indulgence (RS), Infinity (RS) e Iron Maiden Cover (RS). Infelizmente, a banda CAAIS não pode comparecer devido à questões de ordem financeira.

Logo ao entrar, encontrava-se uma certa variedade de lanches e muita cerveja (para ser comprada, claro), além de outras bebidas mais “fortes”, tudo para esquentar o pouco público de 200 pessoas que compareceram.



A banda local Iron Maiden Cover abriu o festival, executando pela primeira vez a “épica” “Caught in the Somewhere in Time”, do disco de 1986, e que foi uma grata novidade, pelo menos para este que escreve.

O grupo, contando com figuras da cena regional como Alex Ximú (Vocal), Moita (Bateria) e Ricardo Dobler (Guitarra), agitou os fãs de Maiden e apreciadores com os maiores clássicos da Donzela, mesmo tendo que parar de executar uma música devido à falhas no som.



Muita gente estava ali especialmente pela banda, que mesmo sendo uma presença carimbada na maioria dos festivais da região (assim como fora do estado e até do país), pois o grupo executa Maiden à muitos anos e conta com um vocalista que se assemelha bastante ao Bruce Dickinson, em voz e presença de palco. Foi o show que mais agitou a galera, também ajudados por serem a primeira banda da noite e o frio ainda não ter batido agressivamente.



O grupo seguinte trazia já o espírito mais extremo do festival. Tratava-se da Indulgence, de Porto Alegre, que desfilou um Death Metal, com som bastante arrastado em certos momentos, além de uma bateria marcante. Os sedentos por um som mais brutal e agressivo tiveram na banda a primeira mostra de que a noite prometia aos amantes do Thrash/Death/Black Metal que há um bom tempo esperavam um festival de qualidade nesse gênero.



A banda apresentou sete composições próprias, destacando-se “Void
Fantasys”,“World Deformed” e o cover para “Necrophiliac” do Slayer.

A grande surpresa da noite foi o trio da capital gaúcha Losna, que além de contar com duas irmãs nos vocais e guitarra/baixo, apresentou composições próprias que empolgaram a galera, mesmo que o frio tenha pegado à quase todos de jeito, as composições do trio são dignas de nota, as melhores da noite.



Para quem esperava que fossem apenas mais uma banda da noite, e que o único diferencial seria terem duas mulheres na banda, se enganaram feio, porque além de belas (tinha marmanjo e meninas babando), as garotas tocam muito bem, além de vocais guturais que não ficaram exagerados e riffs matadores. O batera merece atenção tendo montado ritmos interessantes na bateria, marcando com peso e agressividade, mas não sendo simplesmente uma “máquina com baquetas”, mas tocando realmente.



Após os gaúchos, era chegada a esperada hora de ver a Vulture, banda paulista que estreava por estes lados comemorando 15 anos de existência e divulgando músicas de seus dois discos além de algumas inéditas.



O grupo é digno de figurar entre os principais nomes do gênero no Brasil, tamanha a maestria do som que tiram de seus instrumentos. O Death Metal dos paulistas é trabalhado, utilizando de melodia em certas passagens, mantendo a agressividade e o soturno sempre presente. Também a presença de palco do grupo marcou, sendo a melhor do festival.



Infelizmente poucas pessoas conheciam a banda a ponto de reconhecer as canções. Mas, além disso, o grupo apresentou as inéditas “When Time Flees”, “When Time Flees”, “Murderous Diciples”, que demarcam um passo maior na evolução da banda. Também foi grata a surpresa com o cover do Motorhead para “Iron Fist”.

Já era bem tarde na madrugada quando Entherror, de São Borja/RS, subiu ao palco, com o vocalista usando corpsepaint e trazendo o clima Black Metal para o festival. A banda, que trouxe junto um bom número de headbangers da cidade natal, desferiu um som blasfemo, violento, e bastante arrastado, em muitos momentos calcado no Doom Metal.


Abrindo com o cover da clássica “Frezzing Moon” da lendária banda de Black Metal norueguesa Mayhem, a Entherror executou três músicas próprias, para entrar no cover de “The Sun No Longer Rises” dos também noruegueses Immortal, além de fechar com “Troops of Doom” (Sepultura), acrescentando com um hino gaúcho, levantando a bandeira do estado e recebendo muitas ovações do público que ainda agüentava no Hangar.

Vale salientar o clima que a banda conseguiu transpor ao festival. Com certeza meteu medo nos menos adeptos ao gênero.


Após, a esperada volta da Infinity (Ibirubá/RS) após um tempo inativa, quebrou o ritmo extremo do festival para trazer covers de bandas conhecidas como Manowar, Helloween, Gamma Ray e Primal Fear, primando pelo Power Metal bem executado. Como esperado, “Pull Me Under “ (Dream Thetaer) encerrou a participação da banda. Desejamos um bom retorno à banda e que nos apresente composições próprias pois os caras tem cacife para isso.

Fechando a noite, o Splatter/Grindcore da Mass of Shit, de Chapecó/SC. A banda também trouxe uma galera para o festival. Obviamente, por serem a última banda da noite, sofreram com o menor público que restava, além de estar quase amanhecendo enquanto tocavam. Esperamos um retorno do grupo para sanar a falta de bandas do gênero nos festivais da região.



O Nightfall mais uma vez vem reforçar a região como ambiente propício à realização de eventos com bandas inéditas, mesmo que o público tenha sido abaixo do esperado, o que denuncia a dificuldade de se realizar um festival no rigoroso inverno gaúcho e em local bastante afastado. Sugere-se que as próximas edições aconteçam no verão e mais próximo dos centros urbanos da cidade, o que com certeza possibilita ao festival crescer ainda mais a cada edição. Segundo Débora Reoly, as próximas edições serão na cidade.

Em breve mais informações sobre festivais interessantes na região, incluindo atração internacional. Aguardem.

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Fotos: Drica Moraes (O Repórter) e Maurício (Blasphemic Art) (cedidas pela organização Nightfall)

Agradecimentos: À Débora Reoly (e demais organizadores), ao Marcelo da Metal Army e às bandas, que receberam este colaborador muito bem.

Perfil do fest no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=6582139082423800133

Confira mais algumas fotos das bandas Losna, Vulture e Indulgence!



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