segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Por Ingressos Justos: Conheça e Participe da Campanha


R$150, R$200, R$350. Esses são valores que já estamos acostumados a pagar em shows de bandas internacionais que se apresentam em nosso país.

Muita gente nem questiona os valores, importando-se apenas em adquirir o seu ingresso e o resto que exploda. Pensando na grande maioria das pessoas do povo brasileiro que não tem dinheiro para rasgar, uma campanha começa a tomar forma pela internet.

Trata-se da Ingresso Justo – Show Para Todos, campanha que objetiva “chamar a atenção de todos para os preços abusivos cobrados nos shows no Brasil, discutir, propor e reivindicar soluções que beneficiem consumidores, empresas e artistas” (segundo o site que você encontra o link abaixo).

A ideia é que com abaixo-assinado possamos como consumidores fazer pressão e conscientizar acerca dos valores abusivos. Isso vem de encontro a toda a questão que tem sido levantadas de que o headbanger brasileiro (na sua maioria, salvo exceções) paga R$300,00 apara ver uma banda internacional, e não paga R$20,00 por uma brasileira (muitas vezes reconhecida mundialmente). Mas isso também é papo para outro momento.

A questão é a seguinte: será que se os preços não fossem abusivos o povo brasileiro lotaria mais as casas de shows e estádios, além de poderem ir em mais eventos (e não em um ou dois por ano) de grande porte, fazendo movimentar a cena metálica nacional?

Curiosamente, lia uma resenha do show do Metallica no Rio de Janeiro há exatos 12 anos atrás. O autor reclamava do preço abusivo de R$60,00 cobrados. Obviamente (e não cabe discutir aqui), a economia mudou, o valor da moeda também, mas fiquei imaginando o que o cara pensaria se soubesse que o show da mesma banda, 12 anos depois, custaria (o ingresso mais barato), mais de R$100,00?!

O mesmo site dá um exemplo de como os preços tem subido descaradamente nos últimos anos. Reproduzo aqui para que nos situemos:

Exemplos:

· Paul Mccartney em SP

Pista Vip R$600,00 (Mais que 1 salário mínimo)

· Ozzy Osbourne em SP

2008 | Pista R$180,00 - Pista Vip R$300,00 (aumento de 60%)

2011 | Pista R$300,00 - Pista Vip R$600,00 (aumento de 100%)

Obs: Inflação da abril de 2008 até hoje, pelo índice IGP-M (FGV), foi de 14,88%. Já a 'inflação' dos ingressos do show do Ozzy, no mesmo período foi de 60% e 100%.(Fonte:Revista Divirta-se N°38 - Jornal da tarde)

Lembro que paguei R$100,00 pelo show do Iron Maiden em Porto Alegre em 2008. Sabemos que a capital gaúcha apresenta os valores mais baixos se comparados com os de outras capitais como Brasília/DF e São Paulo/SP. Agora, o show em Curitiba (porque não foi fechado data no RS) o ingresso para o mesmo setor no primeiro lote custava R$160,00, no momento está a R$200,00 e deve subir mais ainda.

Se você concorda que tais valores deveriam ser mais baixos, acesse o link http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7996 e assine o abaixo-assinado. Importante que pressionemos empresas, casas de shows, artistas, para que diminuam os custos e possibilitem maior acesso aos shows que tanto queremos participar mas poucos conseguimos.

Divulgue a campanha para os amigos! Cada assinatura é essencial!

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Fotos: Divulgação

Fonte: Ingresso Justo http://ingressojusto.blogspot.com/


Mais locais de acesso

Festival Une Som Pesado e Solidariedade


O mundo todo tem acompanhado a tragédia que acometera a região serrana do Rio de Janeiro. A chuva aliada ao desabamento de encostas ceifou cerca de 900 vidas, um número absurdo e que marca esse inicio de janeiro como um dos mais tristes da história do país.

Enquanto muitas famílias choram seus mortos, outras tantas também não tem onde morar nem acesso a bens e serviços. Pensando em tentar amenizar um pouco a situação, será realizado um evento visando arrecadar donativos.

Trata-se de um festival que leva o nome da campanha SOS Região Serrana e contará com várias bandas locais (que você confere no cartaz de divulgação), além da participação mais que especial de Gus Monsanto, vocalista brasileiro que fez história a frente das bandas Adágio e Revolution Rennaissance. Após o término dessa última, Monsanto montou sua nova banda Gunpoint, que já realiza shows pelo estado.

Os shows acontecem dia 04 de fevereiro de 2011, às 21 horas, no Espaço Marun no Rio de Janeiro. O valor é de apenas R$5,00 mais algum donativo como material de higiene e limpeza (a lista completa está no cartaz).

Se você mora por lá ou está de passagem pela Cidade Maravilhosa, confira esse super evento que, além de contar com esse grande vocalista nacional, tem causa nobre como motivação.

Mais informações você encontra no próprio cartaz acima.

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Fotos: Divulgação

domingo, 30 de janeiro de 2011

Enxurrada de Shows Internacionais no Brasil em 2011


Para os afortunados e com gordas contas nos bancos este ano de 2011, que tem seu primeiro mês quase encerrado, trará muitas oportunidades para assistir seus ídolos internacionais.

Nosso país há alguns anos se tornou um dos principais mercados para shows e eventos relacionados ao Metal. Se as portas foram abertas em 1985 quando da primeira edição do Rock in Rio, na última década a coisa foi escancarada de uma maneira que praticamente todas as principais bandas de médio e grande porte mundiais por aqui se apresentam.

Os principais nomes do Metal mundial já confirmaram datas de shows no país. Entre eles, o Iron Maiden traz sua “The Final Frontier World Tour” por estas bandas com seis datas nos meses de março e abril, abrangendo várias regiões do país; o Metallica se apresenta como headliner do Rock in Rio na noite de 25 de setembro. Mais informações você encontra aqui mesmo no Road.

Mas outros grandes nomes também virão. Ozzy Osbourne se apresenta com cinco shows pelo país divulgando o álbum “Scream” (2010) no mesmo período que Iron Maiden estará por aqui, algo que fez muita gente ter que optar por um ou outro, já que os valores de ingressos muitas vezes são abusivos (papo para outra postagem).

Motörhead é outra banda que virá ao país mais uma vez. Serão dois momentos, com 4 shows em abril e apresentação ao lado do Metallica em setembro no Rock in Rio. Slash (Guns & Roses, Velvet Revolver) vem em carreira solo pela primeira vez, divulgando seu primeiro CD. Ele toca em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Para os amantes do Metal extremo, a lendária horda Mayhem também se apresenta em Porto Alegre/RS, Curitiba/P, São Paulo/SP e Belo Horizonte/MG ao lado da grande Taake. Também toca por aqui Besatt em seis datas.

Outras bandas também virão, como Katatonia (pela primeira vez), Primal Fear e Anvil (juntos pela primeira vez), Kamelot (contando com a participação de Simone Simons do Epica e com Fabio Lione nos vocais), Blind Guardian (quatro datas da esperada turnê), Journey (clássica banda de Hard Rock que toca pela primeira vez aqui), Doro (a Rainha do Metal pela primeira vez em solo nacional), Tarja Turunen (ex-Nightwish), Accept (também pela primeira vez), U.D.O (ex vocal do Accept), Black Label Society (do guitarrista Zak Wylde, ex-Ozzy), Finntroll (grande nome do Folk Metal), As I Lay Dying e Heaven Shall Burn (juntos!), Circle II Circle (com direito a show acústico), dentre outras.

Já se apresentaram no mês de janeiro bandas como Eluveitie (inédita por aqui) e Blaze Bayley (Wolfsbane, ex-Iron Maiden), que tem vindo todos os anos ao país e tocando nas mais variadas cidades.

Para a galera do interior, especialmente do noroeste do Rio Grande do Sul, há possibilidade de conferir os principais shows dos aqui citados. Haverá excursão para os shows de Ozzy Osbourne, Black Label Society e Blind Guardian em Porto Alegre, Iron Maiden em Curitiba e Rock in Rio (Dia do Rock e Dia do Metal). Para maiores informações de como garantir seu lugar nas excursões seguras e garantidas (saída de Ijuí e passando por algumas cidades), basta entrar em contato com Débora Reoly pelo celular (55)91626211, ou perfil do orkut “Excursões Noroeste do RS” (só precisa digitar o nome do perfil).

Para ficar sempre por dentro da agenda de atrações nacionais, internacionais e da cena underground, acesse o site Agenda Metal (www.agendametal.com.br).

Stay on the Road

Texto: EddieHead
Fotos: Divulgação

Motörhead é Nosso: Sempre Fiel ao Rock‘n Roll


É inevitável começar uma resenha de um novo trabalho do lendário trio Motörhead sem citar o fato de que, a cada novo disco nesses mais de 35 anos de carreira, a banda mantém sua sonoridade no Rock‘n Roll pesado, rápido, com letras mundanas e cafajestes, tudo saído da mente sem igual do líder Lemmy Kilmister (vocal e baixo).

O 21º disco de estúdio ganha vida com o título “The World is Yours”(2011). O sucessor do ótimo “Motorizer” (2008) é o primeiro lançado pelo próprio selo da banda, a Motörhead Music, e veio à tona na internet no fim de novembro de 2010, mesmo com o lançamento oficial acontecendo agora, dia 25 de janeiro, e no dia 08 de fevereiro nos EUA.

Com a formação mais que estabilizada tendo além de Lemmy, o guitarrista Phill Campbel e o batera Mikkey Dee, a banda segue fiel ao som que a consagrou.

Não espere do novo trabalho qualquer coisa diferente dos discos anteriores da banda, especialmente os da última década, cuja produção ficou mais limpa.

São 10 faixas que não contam mais que 40 minutos no total. Músicas diretas, com apenas uma indo mais para uma levada blues e cadenciada que é “Brotherhood Of Man” e outra (“Rock ‘n Roll Music”) com guitarras que lembram AC/DC. O título do álbum, como a maioria das letras, não tem um significado profundo em si, como Lemmy mesmo disse. Ele apenas gostou do título. Jeito Lemmy de ser.

A banda virá ao Brasil duas vezes neste ano. A primeira em abril, com shows em São Paulo/SP (16/04/11), Curitiba/PR (17/04/11), Florianópolis/SC (20/04/11), Brasília/DF (22/04/11). A segunda será na noite Metal do Rock in Rio, no Rio de Janeiro (25/09/11).

Mais ainda que o disco, o filme/documentário “Lemmy - 49% Motherfucker, 51% Son of a Bitch” tem sido o foco principal da mídia e fãs nos últimos meses (recentemente fora apresentado em Cannes).

Não se tem muito o que falar do álbum. É um disco do Motörhead e fim de papo.

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Revisão do texto: Mr. Gomelli

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: Motorhead

Álbum: The World is Yours

Ano: 2011

País: Inglaterra

Tipo: Rock ‘n Roll/Heavy Rock


Formação

Lemmy Kilmister (Vocal e Baixo)

Phill Campbell (Guitarra)

Mikkey Dee (Bateria)

Tracklist

01. Born To Lose
02. I Know How To Die
03. Get Back In Line
04. Devils In My Head
05. Rock 'N' Roll Music
06. Waiting For The Snake
07. Brotherhood Of Man
08. Outlaw
09. I Know What You Need
10. Bye Bye Bitch Bye Bye

Confira o vide clipe de “Get Back in Line”

http://www.youtube.com/watch?v=AqQKuXgRh0A

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Stratovarius: Obra-prima em Único Ato

Resenhei ainda neste mês o EP “Darkest Hours” (2010) da banda finlandesa Stratovarius, um dos maiores ícones do Power/Speed Metal de todos os tempos. Fiquei com uma pulga atrás da orelha quanto ao que esperar do novo trabalho completo da banda, o disco “Elisyum” (2011), que acabando de ser lançado, trago aqui para vocês algumas palavras sobre o mesmo.

Não mudo a opinião de que a música “Infernal Maze”, por exemplo, é uma fraca composição. Bastante dispensável e não se encaixando nem mesmo no disco completo. O que não aconteceu com “Darkest Hours”, que agora comecei a curtir ouvindo-a desde o inicio do álbum.

Músicas como “The Game Never Ends” e “Fairness Justified” agradam já na primeira audição àqueles que esperam um som clássico da banda. O refrão da primeira é ótimo, com um show dos teclados de Jens Johansson. Aliás, um dos pontos fortes do álbum é o instrumento, numa performance surpreendente dessa figura.

Não pela primeira vez na carreira, é a música mais épica do álbum que salva realmente o disco. “Elysium” fecha o disco e é uma real obra-prima, digna de comparações a clássica “Destiny”, do período auge da banda.

A música, com 18 minutos, é espetacular. Com vários climas, ajudado pelo clímax criado ao final da faixa anterior ‘Event Horizon”, a faixa-título destaca a participação de todos os instrumentos, com o jovem e já mais que integrado a banda Matias Kupiainen tirando seus melhores riffs e solos (incluindo passagens acústicas), mostrando que não teve apenas sorte de principiante em “Polaris” (2009).

Timo Kotipelto (vocal) mostra sua voz única, numa harmonia espetacular nessa canção em especial. O baterista Jörg Michael, que está numa luta contra o câncer, tirou seus melhores lances de batera dos últimos discos. O baixista Lauri Porra esmurra o baixo na parte inicial da canção, tendo uma maior presença nesse novo disco do que jamais conseguira.

Tenho visto apenas críticas positivas ao álbum. Faço o mea culpa, pois “Elysium” me surpreendeu. Entretanto, já não sonho mais com a possibilidade de um álbum clássico, como os dos anos 80/90. Infelizmente, a banda começou a “errar a mão” na década passada, embora tenha voltado à um nível respeitável com a nova formação.

A verdade é que “Elysium” é um bom álbum. Talvez melhor que seu antecessor. Mas boa parte desse mérito está na obra-prima que é a faixa título. Nenhuma palavra pode descrevê-la.

Stratovarius, mais uma vez, salvo pelo gongo, ou melhor, por uma grande (literalmente) canção.

Stay on the Road

Texto: Eddiehead

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica

Banda: Stratovarius
Álbum: Elysium
Ano: 2011
País: Finlândia
Tipo: Speed/Power Metal

Formação

Timo Kotipelto (Vocais)
Jörg Michael (Bateria)
Jens Johansson (Teclados)
Matias Kupiainen (Guitarra)
Lauri Porra (Baixo)
Tracklist

01. Darkest Hours
02. Under Flaming Skies
03. Infernal Maze
04. Fairness Justified
05. The Game Never Ends
06. Lifetime In A Moment
07. Move The Mountain
08. Event Horizon
09. Elysium

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Heavy Metal Selvagem


Uma das coisas mais interessantes em se escrever para um blog sobre Heavy Metal é que você começa a perceber a importância dele quando as bandas, produtoras e seguidores entram em contato.

A Savage Rage de Curitiba enviou-nos seu release e Myspace, para que déssemos uma conferida na proposta do grupo e, se por ventura fosse pertinente, postar algo da banda aqui no Road.

Passou-se um bom tempo até que pudesse ouvir o som dos caras. A banda colocou no seu Myspace três grandes músicas de Heavy Metal tradicional, coisa de qualidade mesmo. Infelizmente sem disponibilidade para download.

Surgindo na capital paranaense, a Savage Rage completou 5 anos de existência e batalha para manter o Metal vivo.

Tendo como fundadores os guitarristas Edu Cavalari e Marcos Santos, encontraram Oberdan Luz (vocais, ex- Evil Rites), Vinicius Marzani (bateria) e Maiko Cunha (baixo) a sua primeira formação que era voltada ao Speed Metal.

Uma mudança na formação levou a banda a investir no Heavy Metal oitentista, aquele som que só gente boa sabe fazer sem soar repetitivo ou batido. É o caso dessa banda.

Com a demo lançada em 2009, a banda veio a participar do Wacken Metal Battle 2010 – Etapa Curitiba. Nesse mesmo ano, a saída do vocalista Luz e a chegada do guitarrista Samuel Marques e o vocalista Sheen de Angeli, o grupo passou a novas composições que devem começar a serem gravadas no inicio deste ano.

Sobre o material lançado, as canções são básicas, mas isso que dá o aperitivo necessário para que qualquer headbanger curta as composições da Savage Rage. As músicas são Ghost Rider”, “Rising Shadow” e “Metal Lord”.

Ainda há muito que a banda fazer, como lançar um EP que supere a demo e, na minha humilde opinião, liberar para download, assim facilitando que as pessoas conheçam mais o som (mesmo que estes estejam disponíveis para audição no Myspace).


Stay on the Road


Texto: EddieHead

Fotos: Divulgação

Contate a banda pelos emails

savage-rage@hotmail.com

rageoffice@gmail.com

Conheça a banda

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=39812388

Ouças as músicas em:

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Volta ao Metal em Forma de Puro Peso e Melodia, com Nomes à Altura


Se existe uma coisa que me faz ter muito orgulho de ser um headbanger e de compactuar com esse estilo de vida, ela com certeza é ver a beleza de novas bandas que encontramos todos os anos.

Às vezes, dá vontade de pagar penitência por dormir e perder algumas coisas desta cena maravilhosa. Primeiro, deixei passar o projeto Sons of Liberty, agora descubro o Charred Walls of the Damned. Mas, ao invés de recorrer às chicotadas, vou falar um pouco dessa última banda.

A formação do grupo partiu da brilhante mente do batera Richard Christy, músico que fez história em bandas como Death, Control Denied e Iced Earth. Abro aqui um parêntese para nos situarmos: o cara voltou finalmente a tocar bateria nessa nova banda, agora por ele capitaneada, cinco anos após ter deixado totalmente a cena metálica para se dedicar ao programa “The Howard Stern Show”.

Na época, Richard usava suas baquetas no Iced Earth, e tinha como parceiro de banda o vocalista Tim Owens, este recém-saído do Judas Priest (que havia recebido o Metal God Rob Halford de volta). Tal parceria viria a render frutos seis anos depois, quando Christy veio a convidar seu ex-companheiro a participar da integração de um novo grupo: Charred Walls of the Damned.

Para completar o time, o baterista convocou também seu ex-parceiro de Death, Control Denied e Iced Earth Steve DiGiorgio para o posto de baixista, bem como o guitarrista Jason Suecof (o menos expressivo do quarteto), conhecido por ter produzido a banda Trivium.

Com uma proposta de unir peso e melodia num som meio Power/Thrash Metal, os rapazes lançaram o seu debut “Charred Walls of the Damned” em fevereiro de 2010. Contando com nove faixas, o álbum é uma verdadeira obra-prima. Mesmo reunindo artistas que dispensam apresentações, a banda surpreende com canções que diferem da proposta das demais pelas quais os integrantes já passaram. O que não soa estranho, pelo contrário, mais “potente” ainda que Iced Earth, por exemplo.

Todas as músicas são matadoras. “Ghost Town”, que inicia o álbum, também nomeia o single do disco e traz bastante peso logo de cara, bem Thrash Metal. Já “Blood on Wood” traz lances mais Power Metal, bastante melodia mesclada com riffs pesados, e um refrão grudento demais.

Outro grande destaque fica para “Voices Within the Walls”. Incrível a capacidade vocal de Owens, a melodia que consegue tirar de sua voz, mesclada com colocações perfeitas de harmonia. “Fear in the Sky” talvez seja a que melhor mostre a proposta da banda de “fusão de peso e melodia”. Christy dá um show à parte, embora acredite que seu maior trabalho como baterista (dentre os que ouvi, pelo menos) foi com o Control Denied. Aqui ele traz mais rapidez, embora também tente fazer uns lances mais criativos.

Uma característica peculiar do álbum é a duração das faixas. Todas bem curtas, o que parece garantir a rápida afeição do ouvinte às canções. Aliás, este parece ser o objetivo (e o atrativo) do disco como um todo: ser rápido e efetivo. E ele consegue.

Ainda, segundo Christy, as baterias de 12 novas composições já estariam gravadas, esperando apenas que os demais integrantes possam se dedicar a gravar o segundo disco da banda. Grupo este que, incrivelmente, chegou a ser visto pela mídia geral como “mais um projeto”, mas que, com o lançamento de tamanha maestria, fez todos repensarem suas opiniões e começarem a ansiar por mais e mais discos desse quarteto genial.


Stay on the Road


Texto: EddieHead

Revisão do texto: Yuri Simões

Fotos: Divulgação, Nadine Swiger


Ficha Técnica

Banda: Charred Walls of the Damned

Álbum: Charred Walls of the Damned

Ano: 2010

País: EUA

Tipo: Heavy/Power/Thrash Metal


Formação

Tim "Ripper" Owens (Vocais)
Jason Suecof (Guitarra)
Steve DiGiorgio (Baixo)
Richard Christy (Bateria)

Tracklist

1. Ghost Town
2. From The Abyss
3. Creating Our Machine
4. Blood on Wood
5. In A World So Cruel
6. Manifestations
7. Voices Within The Walls
8. The Darkest Eyes
9. Fear In The Sky

Conheça a banda

http://www.myspace.com/charredwallsofthedamned

Veja o video clipe oficial para "Ghost Town"

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Para Fechar o Legado de Chuck Schuldiner: Control Denied Volta e Ressuscita a Mente do Death

Uma das maiores mentes da história do Metal, criadora do estilo Death Metal e que infelizmente foi levada daqui pelo câncer, será novamente honrada. Mas não será apenas mais um tributo a Chuck Schuldiner, guitarrista que fez história com o Death e que dedicou seus últimos trabalhos à banda Control Denied. O restante da banda, exatos 9 anos após a morte de Chuck, anunciou que voltará com novo álbum para este ano de 2011!

Tudo bem, você pode até pensar “de que adianta, se Chuck está morto?!”. Concordaria com tal pensamento se não soubesse que o segundo e provavelmente último disco da banda trará composições originais de Chuck! Isso mesmo, 9 anos após sua trágica morte, a lendária mente estará presente nesta última grande homenagem para encerrar seu legado.

Me diga algum nome além de Chuck, Dio, Dimmebag que poderia ter composições suas, nunca antes vistas, ressuscitadas em pleno 2011? Algo sem tamanho para os fãs do músico.

O debut album da banda (precedido apenas por uma demo) foi o simplesmente perfeito e revolucionário “The Fragile Art of Existence” (sobre o qual você conferirá uma resenha especial aqui em breve). Lançado em 1999, o disco foi o último trabalho de Chuck, que viria a falecer dois anos depois, após uma longa luta contra um tumor no cérebro.

Os integrantes remanescentes Tim Aymar (vocal, Pharaoh), Richard Christy (bateria, Death, Iced Earth, Charred Walls of the Damned), Steve DiGiorgio (baixo, Death, Iced Earth, Charred Walls of the Damned, Testament) e Shannon Hamm (guitarra, Death) darão vida ao álbum “When Machine and Man Collide”, ainda este ano.

A banda contou que cerca de 75% do material já havia sido criado por Chuck e que a gravação e o lançamento deste trabalho teria sido um de seus últimos desejos, tendo ele já consciência da tamanha maestria que estava compondo.

O guitarrista havia assinado contrato com a gravadora da época para lançar o álbum. Porém, após sua morte, a família do músico entrou, em 2004, com ação proibindo o lançamento do material (ameaçando disponibilizar gratuitamente na net as versões demo) e que seria chamado “Zero Tolerance”. Entretanto, no mesmo ano, seus parentes voltaram atrás e resolveram “liberar” o material para que o último desejo do artista fosse respeitado, mas desde que a banda terminasse o álbum e que este levasse o nome que fora escolhido pelo guitarrista: “When Machine and Man Collide”.

No entanto, levou alguns anos ainda para que os demais membros pudessem ficar livres para finalizarem e gravarem o novo disco. Segundo entrevistas e comunicados dos integrantes, a hora é essa, embora ainda sem data definida.

Outro fator que serviu para que se pensasse seriamente em gravar o álbum foi a volta do batera Christy à música, já que o cara desde 2004 se dedicava exclusivamente à comédia no famoso programa norte-americano “Howard Stern Show”.

Como os demais integrantes possuem suas bandas (Christy, por exemplo, finalmente toca numa banda em que compõe), provavelmente “When Machine and Man Collide” seja o derradeiro álbum do Control Denied e fechará com chave de ouro a passagem de Chuck Schuldiner pelo planeta Terra.


Stay on the Road

Texto: EddieHead

Revisão do texto: Yuri Simões

Fotos: Divulgação

domingo, 23 de janeiro de 2011

Entrevista : NANDO MELLO, o "Infallible Bass" do HANGAR


Nada melhor do que no primeiro mês do ano começar com uma entrevista tão legal, falando de coisas sérias, mas com muita descontração, traduzindo muito bem como funciona a Banda Hangar, que, desde o início de carreira, leva as coisas muito a sério, funcionando como se fosse uma pequena empresa.




Com o lançamento do play "Infallible", a Banda deu mais um passo, como diria Nando Mello, "em busca do pote no fim do arco-íris", apresentando grande maturidade, adquiriu um ônibus, o "Infallibus", capaz de carregar uma estrutura excelente, o que possibilita levar a Banda a muito mais lugares, não sendo por acaso que foi a Banda de Metal nacional que mais esteve em atividade no último ano. Conquistou vários patrocínios e parcerias, sendo que envia relatórios períodicos a esses parceiros para que eles saibam que estão investindo bem seus recursos, e claro, cresce a legião de fãs Banda a cada dia!

Confira abaixo entrevista com Nando Mello, o homem responsável por completar a "cozinha" da Banda (por isso achamos apropriado colocar o título da entrevista como "O Infallible Bass do Hangar"), tarefa nada fácil, já que ao seu lado está ninguém menos que o polvo Aquiles Priester (lembrei até de uma brincadeira do Aquiles em Workshop, onde ele disse que ia chamar o Nando pro palco antes da hora, só pra pegar ele despreparado, aí ia ser legal, porque ele ia se atrapalhar todo! Ou seja, a Banda encara as coisas com seriedade, mas está longe de ser uma Banda de caras que só sobem ao palco, tocam como máquinas e depois vão embora!), onde vocês vão conhecer um pouco mais deste grande cara, que vem construindo uma carreira de muito respeito, ao lado de seus companheiros de Banda, que pela competência, seriedade, talento e respeito pelos fãs e admiradores que possui, o Hangar ainda vai muito mais além!

Road to Metal – Primeiro, agradecer pela honra de nos conceder a entrevista, possibilitando que conheçamos mais a ti e teu trabalho. Para começar, penso ser importante que você conte um pouco como chegou a tocar contrabaixo e suas influências?

NM – Comecei a tocar violão quando tinha uns 12 anos. Minha primeira música foi “Vento Negro” como todo bom gaudério dos pampas, he he he. Depois bem mais tarde recebi um convite para tocar contrabaixo em uma banda de Gravataí, chamada FOHAT. Eu não tinha idéia nenhuma do que era tocar um instrumento desses. Eu cheguei e as linhas já estavam prontas. Eles só me passavam e eu repetia. Com o passar do tempo fui me apaixonando pelo instrumento. Meus primeiros ídolos foram Chris Squire do Yes, Geddy Lee do Rush, Glenn Hughes do Deep Purple, Steve Harris do Iron Maiden, nesta ordem. Logo depois chegou o John Myung do Dream Theater. Mais tarde fui conhecer outros baixistas como Dave La Rue, Tony Levin e os brasileiros André Gomes do Cheiro de Vida, Dadi da Cor do Som e Sérgio Magrão do 14 Bis, talvez nomes pouco conhecidos hoje da galera do metal, mas baixistas sensacionais.

Eduardo "EddieHead" e Galera do Hangar, Work em Santo Ângelo-RS

RtM– Atualmente você toca com o Hangar, aliás é um dos membros mais antigos da banda ao lado de Aquiles Priester, bem como com a Riffmaker (banda de covers) além de workshops. Como conciliar essas três atividades?

NM - Na realidade tudo faz parte de uma mesma agenda porém com prioridades um pouco diferentes. O Hangar e os workshops são prioridade máxima. Tenho uma agenda diária que inclui a prospecção de novos locais onde possamos mostrar o trabalho da banda seja com shows ou workshows ou ainda workshops individuais. Não temos agentes ou uma empresa que trabalha conosco. Sempre preferimos sermos os nossos próprios empresários e temos nos saído muito bem. Cerca de 95% dos nossos eventos são marcados por nós mesmos então a ocupação é constante. Tudo bem organizado ou pelo menos eu tento. A Riffmaker toca bem menos e durante o ano de 2010 alguns shows foram feitos por outros baixistas convidados pois eu estava viajando. Isso não causou nenhum problema.

RtM – Tivemos a oportunidade de vê-lo em quatro oportunidades na nossa região em 2010, show do Hangar em Ijuí/RS, Workshow Hangar em São Luiz Gonzaga/RS, em workshop do Aquiles em Santo Ângelo/RS e num workshop próprio em Ijuí. O que podemos notar é sua simplicidade em qualquer dessas situações, e quem teve a oportunidade de conversar mais tempo com você percebe que está sempre atento ao que as pessoas querem dizer. No workshop realizado em Ijuí você falou sobre a humildade e simplicidade dos caras do Dream Theater (que o Hangar fez a abertura em SP em 2008), pessoas que com tamanha técnica e história até “poderiam” ser arrogantes, mas mostram que, no final, são seres humanos como todos os outros. O que mais você pode falar sobre isso, quem sabe dar uma “moral” na garotada iniciante que muitas vezes são mais arrogantes que seus ídolos?

NM – Esta coisa de arrogância vai da educação e temperamento de cada um. Eu conheço bastante os integrantes da banda e sei que temos um perfil assim, de falar, dar atenção. No meu caso e posso estender isso aos outros também, nunca me iludi com o glamour ou alguma outra espécie de abordagem que me levasse a soberba. Na real somos todos grandes fãs de metal e rock em geral. Se você tem estas raízes e lembra de onde você veio, com certeza não terá problemas. Eu sei que as vezes a “molecada” se passa e se perde um pouco neste glamour de “fazer show”, “tocar isso, tocar aquilo”. Eu acho engraçado. Muitas bandas antigas tinham esta postura e agora estão mudando, acho que o Hangar faz escola a muito tempo. Mencionei o Dream Theater pela maneira espontânea que nos trataram quando nos encontramos, o mesmo comportamento que temos também em qualquer circunstância.


RtM – Nessa mesma ocasião do workshop, você valorizou bastante a fase inicial da banda Hangar, contando sobre como entrou no grupo bem como sua chegada ao mundo Metal. Quais as grandes diferenças do tempo em que vocês começaram com o disco “Last Time” (1999) para o atual momento, após o grande sucesso de “The Reason of Your Conviction” (2007) e “Infallible” (2009)?

NM – As mudanças naturais da sua própria vida. Você amadurece. No inicio você não sabe nem como lidar com as situações. Geralmente você acha que é somente compor, ensaiar, tocar e está pronto. Com o passar do tempo você começa a entrar realmente no negócio. Sua banda começa a crescer e seus compromissos também. Você passa de uma promessa para uma realidade. É muito diferente você lançar um CD e ninguém conhecer o seu trabalho do que lançar um CD onde existem centenas de fãs esperando para conhecer a “música nova dos caras”. No inicio existe até uma certa inocência e depois você vai perdendo isso e ganhando em experiencia.
Hangar 2003

RtM – Falando do último trabalho da banda, o álbum é de longe o mais completo da sua carreira. Nele vocês oferecem Metal Progressivo, Power Metal, até algumas passagens quase Thrash Metal, além de excursionarem para alguns sons mais “acessíveis”, como as baladas “Solitary Mind” e “Time to Forget” e os covers para “39” (Queen) e “Mais Uma Vez” (Flávio Venturini/Renato Russo). O processo de composição intencionalmente seguiu para essa linha, ou foi “acidental”?

NM – A palavra certa seria natural. Quando chegamos ao sítio em Tatuí no interior de São Paulo não pensamos em fazer música “A” ou “B”, simplesmente deixamos fluir o que vinha no dia. A primeira música que fizemos um esboço foi "Infallible", mas no sítio a primeira música realmente pronta no primeiro dia foi “Time to Forget”, que saiu em duas ou três horas de trabalho. Era uma música diferente de tudo que havíamos feito, como "Dreaming", "Solitary Mind" e "Based". Mês passado estivemos em Santo Ângelo e cerca de 30 pessoas nos pediram para tocar “Time to Forget” no workshow. Ela estava fora do set mas acabamos tocando e a galera toda cantando junto. Se tivéssemos sido radicais talvez esta música nem chegasse ao público, o que teria sido um erro. Para mim o disco foi uma evolução do trabalho da banda.

RtM – Como os fãs sentiram a mudança sonora de um disco pesado e agressivo como “The Reason of Your Conviction” para “Infallible”? A mudança na formação com a saída de Nando Fernandes (com um vocal mais agressivo) e chegada de Humberto Sobrinho (que tem a voz mais “macia”) teve efeitos sobre isso? Pergunto isso porque vi a banda no programa “Combo Fala + Joga” da PlayTV em que revelaram que Humberto fora o último a chegar na chácara onde fora gravado o álbum.

NM – Eu acho que os resultados que tivemos em 2010 pelo numero de shows, entrevistas e destaque em várias revistas e sites mostram que estamos no caminho certo. Mais importante do que as pessoas que não aceitaram a mudança, se é que ouve alguem, foi o número de novas pessoas que estão conhecendo o trabalho da banda e apoiando. A sua vida segue e não havia outro caminho. Eu lembro com muito carinho de todos os discos do Hangar, mas hoje nosso foco é o momento e futuro que temos com esta formação. Humberto foi o cara certo na hora certa e tem um potencial muito maior a ser explorado. Nosso público depois do Infallible cresceu muito.
Workshow Hangar em São Luiz Gonzaga-RS

RtM – Ainda sobre o “Infallible”, comentamos com o Fábio Laguna que este fora o melhor disco de Metal nacional que ouvimos. Mesmo sabendo ser uma pergunta difícil, qual álbum do Hangar lhe agrada mais (seja em termos de composição, de temática, ou mesmo do período em que a banda estava passando)?

NM – Cada disco traz uma lembrança. O "Inside Your Soul" é um marco, um disco com músicas sensacionais. O "TROYC" é um baita disco de metal, acho que dos melhores. Quem escuta este disco sabe o que quero dizer. “Call Me in the Name of Death” na minha opinião ainda é um dos melhores, se não o melhor clipe do metal nacional em todos os tempos com todo o respeito aos demais. O "Infallible" representa a nossa afirmação como uma banda madura. Cada um tem o seu charme sem dúvida. Hoje o momento é o do "Infallible".

RtM – No seu blog, www.riffmaker.blogspot.com, você começou uma série de textos, falando sobre músicas que marcaram. Aproveitando o gancho, conte pra gente como foi seu primeiro contato com a música e depois com o Hard Rock, Metal, e se você lembra qual o primeiro disco que comprou?

NM – A idéia do blog é justamente esta. Trazer a tona algumas lembranças e também atualidades. Sempre tive contato com a música. Meu primeiro contato mesmo foi quando descobri o Led Zeppelin. O Led era a única banda que tinha acesso a mídia na época. Era possível comprar revistas , escutar na rádio (All my Love), então eles eram intocáveis, ninguém ousaria falar mal de Led Zeppelin. Coisa parecida eu só vi depois com o Guns n Roses de 90 a 95. Programas de rádio na época dos anos oitenta como “A hora do Rush” e “Estúdio 576” na rádio Ipanema FM foram os grandes responsáveis por levar um monte de pessoas aqui do Rio Grande do Sul a conhecer rock de verdade. Saudações a Kátia Suman, Mauro Borba, Ricardo Barão (R.I.P.) e Mary Mezzari. Esta turma de locutores loucos que rodavam Rush, Pink Floyd, Black Sabbath, Led Zeppelin, Van Halen não importando o horário. Era comum escutar “The Camera Eye” do Rush as duas da tarde por exemplo. Meu primeiro disco de vinil foi “ Houses of the Holy” do Led Zeppelin em 1983 e depois vieram “Live Evil” do Black Sabbath, “The Final Cut” do Pink Floyd, “Exit Stage Left” do Rush e “Made in Europe” do Deep Purple. Nos anos noventa chegaram os CDs e o meu primeiro foi o “Awake” do Dream Theater em 1994.
Show com Dream Theater

RtM – Na nova versão do “Last Time”, que vem com o DVD de bônus, a gente pode acompanhar muitas coisas do dia a dia da Banda, as brincadeiras, as viagens... e também nas vezes que pudemos bater um papo com vocês, o Aquiles acaba sempre falando que as coisas complicadas acabam ficando sempre para você, e que valeu uma brincadeira de chamarem você de “crocodilo”, porque, segundo eles é um cara muito resistente, por isso mesmo as piores tarefas ou situações acabam sobrando pra você! Conte pra gente sobre como surgiu essa brincadeira e alguma história engraçada que aconteceu na estrada!

NM – Uma banda é formada por várias pessoas, cada uma com a sua personalidade. Como bom virginiano que sou, tento sempre fazer as coisas chegarem ao ponto correto o mais rápido possível. Nada demais em querer as coisas corretamente. Muitas vezes também é mais fácil deixar uma situação para outra pessoa resolver, rsrsr. Eu realmente gosto do papel que tenho na banda porque faço pensando sempre no futuro. Já passamos por várias situações. Lembro uma vez que eu comentei que de alguma maneira “estava procurando o potinho no final do arco íris.” Pronto, bastou eu soltar esta frase para que o Aquiles nunca mais a esquecesse. Fica me zoando até hoje. Mas esta face de responsabilidade tem a ver com o meu passado de quase 10 anos trabalhando em empresas onde o resultado e o comprometimento eram prioridades máximas. Nesta época eu tinha que ser frio e tomar muitas decisões e isso a gente nunca esquece, pelo contrário acaba aplicando no dia a dia. Uma outra história aconteceu perto de São Luiz Gonzaga. Estávamos viajando com o “Infallibus” e paramos em uma balança obrigatória para pesagem do ônibus. O funcionário que estava trabalhando leu “Hangar” e disse “sou fã de vocês”. O pessoal acabou vendendo um CD pra ele e tudo. Alguns minutos depois ele me fala assim: “pô, acho legal aquela música de vocês, “Estrela Guia”. Eu levei um choque, o rapaz era fã da banda Hangar, mas Anjos do Hanngar. Lá fui eu explicar a situação pro cara, tentar devolver o dinheiro dele, mas ele acabou não aceitando e ficou com o Infallible assim mesmo.


RtM – Ainda falando sobre as histórias da estrada, uma história clássica, que o Aquiles jura que é verdade e que tirou até foto e rindo muito, ele falou que você se defende dizendo que eles exageraram, mas ele diz que é tudo verdade! hehehehhe!! É da viagem ao nordeste, em que tinham prometido um ônibus leito, e na hora vocês tiveram que ir de ônibus normal, e você teve que ir sentado ao lado do senhora de tamanho avantajado e que tomava quase os dois assentos, e ela não levantava pra nada durante todo o tempo da viagem!

NM – O Aquiles conta as histórias pela metade, principalmente as que me ferram. A verdade mesmo é que quando entramos no ônibus o lugar do Aquiles era ao lado desta senhora e ele não quis sentar porque ela era muito grande. Como eu era menor sentei sem problema algum. A viagem foi passando e notamos que esta senhora não descia do ônibus nas paradas. No inicio não foi problema, mas depois de um dia inteiro de viagem você começa a perceber e sentir algo estranho no ar. No decorrer o ônibus foi ficando vazio e eu pulei fora. A senhora subiu em Goiás e só desceu em São Luiz no Maranhão, umas 40 horas depois. Imagina a pessoa ficar 40 horas sentada sem descer do ônibus!? Coitada.Depois descobrimos que era uma senhora com problemas de saúde. A filha tinha colocado ela no ônibus e outra estava esperando no final. Pra ficar aquele tempo todo sentada somente uma super fralda geriátrica, ou seja, não teve nada de engraçado nesta aventura, bem pelo contrário. A lenda ficou e no Hangar não se perdoa, ela sempre será contada da maneira apropriada que “esculhambe” alguém rs.


RtM – Novamente destacando essa proximidade que vocês fazem questão de ter com os fãs, e que é sempre muito citada, dia 12/03 está marcado em São Paulo o Hangar Day, no Blackmore Rock Bar, evento em que os fãs poderão ter a oportunidade de tocar com a Banda. Conte um pouco pra gente como surgiu a idéia e um pouco mais como será esse evento.

NM – O Hangar Day surgiu de uma idéia do Aquiles em levar e dividir o palco com o cara que é fã da banda e também toca. Tivemos apoio das pessoas e empresas envolvidas e queremos que seja um dia especial. Quem quiser participar tem que mandar um vídeo tocando determinada música escolhida pela banda. As regras estão todas no site do Hangar. Nem chegamos ainda perto do evento e a idéia já repercutiu tão bem que já temos datas para outros “Hangar Days” em cidades diferentes. Será uma grande celebração da banda com pessoas que gostam da nossa música.
Nicko vestindo a camiseta do Hangar

RtM – Falando sobre o início da carreira no Hangar, você imaginava que estaria há mais de dez anos numa Banda, com vários discos lançados, inúmeros shows e eventos e dedicando-se exclusivamente à profissão de músico?

NM – Quando comecei foi em uma época onde tudo era mais difícil. Não existia toda a facilidade de informação que temos atualmente. Na época eu ficava lendo as revistas, vendo as fotos e nem imaginava que talvez um dia chegaria a algo parecido. Hoje sou muito grato a tudo que eu consegui trabalhando com os colegas de banda. Conseguimos reconhecimento, lançar nossos CDs fora do Brasil, tocar em todas as regiões do país e a parte mais importante, uma base muito grande de pessoas que gostam e acompanham a banda. Isso tudo era um sonho e hoje é realidade. Temos um grande caminho a percorrer, mas sei que estamos na estrada certa. Acho que não chegamos ainda onde queremos e isso faz com que busquemos cada vez mais aquele famoso “potinho no final do arco íris” que citei na outra resposta.

RtM - E se um dia o Hangar resolver encerrar as atividades, já pensaste nessa possibilidade e se já tens em mente que caminho tomaria?

NM – Sinceramente eu espero continuar trabalhando bem próximo a música. Continuaria tocando, compondo, mas procuraria outras atividades ligadas ao todo da música. Quem sabe continuar a “empresariar” alguma banda, sei lá.

RtM – E sobre shows fora da América do Sul, o Hangar já recebeu alguma oferta concreta? Visto que os CDs da Banda já foram lançados na Europa e Japão, por exemplo, e o Aquiles também tem um bom nome lá fora, provável que aconteça algo em breve.

NM – Já recebemos vários convites. Alguns tivemos que declinar, outros eram muito bons, mas fomos pegos no meio da crise do Dólar/Euro em 2008/2009, o que tornou impossível de tornar-se realidade pela própria queda de várias empresas ligadas ao metal na Europa. Para este ano estamos encaminhando muito bem as coisas, talvez pinte uma surpresa no segundo semestre. Temos vontade de ir pra fora, mas nosso principal mercado é o nacional.



15 – E sobre os sons que você tem ouvido ultimamente? Você que é um fã de Classic Rock, Hard Rock, deve estar contente por tantos lançamentos e retornos legais de Bandas e Artistas clássicos. Novos trabalhos como o Black Country Communion, com o Glenn Hughes, por exemplo. Conte aí o que tem ouvido ultimamente e se você é um colecionador também.

NM – Eu ouço de tudo. De Arch Enemy até Beyonce, passando por Rammstein, anos 80, 90 até Avenged Sevenfold. Geralmente as coisas mais pesadas eu busco informações em sites especializados, mas não sou um fã de maneira geral. Gosto mais de coisas pop. Tenho muitos CDs, mas muito mais músicas no meu PC. Dream Theater também nunca falta, tenho tudo. Journey, Liquid Tension, misturados com Shania Twain, 14 Bis, Elton John, Firewind e assim vai.

RtM – Além da música, você também tem outra paixão, o Inter de Porto Alegre, e, com certeza, apesar do clube ser o clube Brasileiro que mais trouxe troféus internacionais para o Brasil nesta década, ficou aquela ponta de decepção com o que foi apresentado no Mundial de clubes. O que você espera do Colorado Gaúcho para 2011, e, se fosse dirigente, que providências tomaria para esta temporada?

NM – O que aconteceu em dezembro estava sendo desenhado três meses antes. Foi uma surpresa desagradável, mas não posso me queixar. O Inter foi eleito o clube da década, ganha títulos internacionais desde 2006 consecutivamente, então estamos no topo, o problema é continuar lá. A reposição de 2 ou 3 nomes colocará o time em um patamar razoável para brigar pelos títulos de 2011. Com certeza este ano será o sexto consecutivo em que seremos campeões de algum torneio internacional.

RtM – Você tem um filho e, pelo que comentou no seu Workshop, ele toca bateria. Normal o interesse dele pela música, tendo um bom exemplo em casa, mas com um pai baixista e todos os recursos em casa ele acabou partindo para a bateria. Conte pra gente como surgiu esse interesse dele pela batera e se rolam muitas jams aí na sua casa!

NM – Lógico que o grande culpado por isso ter acontecido foi um cara chamado Aquiles Priester, rsrs. Teve uma época que eu tinha quatro ou cinco contrabaixos em casa, mas não adiantava. O Lucas cresceu no mesmo ambiente do Hangar e acompanhou toda a trajetória do Aquiles. Muitas vezes o Aquiles ligava pra minha casa e o Lucas ainda menino atendia, Depois que ele desligava meu filho perguntava: “Pai , era mesmo o Aquiles?”...hahahah. Eu sempre incentivei, mas tem uma história muito louca que conto em primeira mão pra vocês. No natal de 2006 quando ainda estávamos reestruturando a volta do Hangar com o lançamento do TROYC eu passei um Natal muito apertado, não estava nem trabalhando. Não tivemos Natal naquele ano. No inicio de janeiro recebi uma ligação do Aquiles dizendo “to mandando uma bateria pro Lucas”. Nem me lembro como ela chegou lá em casa, mas foi uma festa. O nosso grande presente de Natal daquele ano foi enviado por um “Polvo” e não pelo Papai Noel, rsrs. Brincadeiras à parte , este é o Aquiles que eu conheço, um grande amigo. Hoje o Lucas tem uma bateria Mapex signature Aquiles Priester e está inclinado a fazer a faculdade de música. Temos um pequeno estúdio em casa e tocamos sempre juntos. Dream Theater, Rush, Deep Purple, Journey. Ele tem muito a estudar ainda, mas quem sou eu para não querer que ele siga este caminho. Detalhe, tocamos várias músicas do Portnoy e do DT, mas nenhuma do Hangar. Eu sempre pergunto pra ele o porquê, e ele responde: “Aquiles é inimitável”.

RtM – Nando, obrigado mais uma vez pela atenção de sempre, desejamos que obtenha muito mais sucesso nessa caminhada, fica o espaço para sua mensagem ao amigos, fãs e admiradores do seu trabalho!

NM – Gostaria de agradecer a oportunidade e também dizer que foi a uma das melhores entrevistas que participei nos últimos anos, sem dúvida. Parabenizo ao site blog Road to Metal pela grande cobertura ao metal na região. Já estivemos em Ijuí, São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo, Santo Antônio e Cruz Alta e presenciamos a quantidade de pessoas ligadas ao metal na região. Em breve voltaremos à região das Missões para mais um show do Hangar e fiquem ligados no nosso site www.hangar.mus.br, stay heavy.

Por Eduardo "EddieHead" e Caco Garcia


mello@hangar.mus.br www.hangar.mus.br www.nandomello.com www.myspace.com/nando.mello www.myspace.com/bandariffmaker www.twitter.com/nando_mello www.riffmaker.blogspot.com

Malmsteen em Novo Álbum com Tim Owens, Sem o Vocalista Saber!



Todo mundo sabe que Yngwie Malmsteen é um dos grandes “guitar heroes” da história. Seus álbuns, desde os anos 80, impressionam pelo feeling e habilidade na guitarra. Mas, além disso, sempre contou com grandes vocalistas o acompanhando.

O mais recente deles é Tim “Ripper” Owens, lendário ex-vocalista do Judas Priest, Iced Earth, Beyond Fear, Charred Walls of the Damned, carreira solo, entre outros.

A dupla gravou o álbum “Perpetual Flame” (2008), um dos mais pesados da carreira do guitarrista (também pudera, com o vozeirão de Owens). Depois desse saíram mais algumas coletâneas e coisas da excentricidade do guitarrista.

Mas o curioso foi o lançamento do álbum “Relentless” (2010) no final do ano passado. O álbum foi lançado e, para surpresa do próprio Tim Owens, com várias músicas com seus vocais.

No Twitter o vocalista revelou sua surpresa, dizendo que só ficara sabendo do álbum através dos fãs, que estavam elogiando seu trabalho. Ao que tudo indica, as canções que contam com Owens nos vocais nesse novo disco foram “sobras” do álbum anterior, ou seja, músicas que ficaram de fora daquele momento, mas que mereciam vir a público.

Mas não é só Owens que solta o gogó no álbum. O vocalista divide a cena também com... o próprio Malmsteen! O cara, além de tocar e produzir o álbum (infelizmente em baixa qualidade), também canta na boa “Look at You Now”.

Temos grandes músicas de Hard/Heavy Rock Clássico, como “Critical Mass” e “Enemy Within”, com show de Tim Owens (o cara canta hoje o dobro que cantava no Judas Priest). Se destaca também a faixa “Caged Animal”.

Para os amantes de guitarra, prato cheio, obviamente. Há várias canções instrumentais “Knight Of The Vasa Order”, “Shot Across The Bow” (levada clássica bem estilo Malmsteen de sempre) e a própria faixa-título.

Mesmo contando com Owens, “Relentless” (2010) fica muito aquém se comparado ao seu antecessor. O excesso de músicas instrumentais, aliado à produção que deixou o som muito “abafado”, retira a ótima potencialidade do disco, já que tendo ao seu lado ninguém menos que um vocalista ex-Judas Priest, deixar algumas poucas músicas (apenas 6 em 15!) com seus vocais é um sacrilégio. O álbum fica bem com cara de sobras de estúdio mesmo.

Owens merece mais que isso e Malmsteen deveria ter lançado essas seis canções em um EP próprio, nos pouparia de ouvir tantas músicas instrumentais juntas.

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Revisão do texto: Mr. Gomelli

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica

Banda: Yngwie Malmsteen

Álbum: Relentless

Ano: 2010

País: Suécia

Tipo: Hard Rock Clássico/Power Metal


Tracklist

01. Overture
02. Critical Mass
03. Shot Across The Bow
04. Look At You Now
05. Relentless
06. Enemy Within
07. Knight Of The Vasa Order
08. Caged Animal
09. Into Valhalla
10. Tide Of Desire
11. Adagio B Flat Minor Variation
12. Axe To Grind
13. Blinded
14. Cross To Bear
15. Arpeggios From Hell (bonus)