quinta-feira, 3 de maio de 2012

Aborted: Transitando Entre Melodias e Podreiras



Confesso que demorei em fazer essa resenha isso por um motivo em especial se tratando de Aborted sou um fã bastante old school, então desde que o som começou a caminhar por produções mais cristalinas, acabei me afastando um pouco do grupo.

Quando foi revelada a capa de “Global Flatline”, logo pensei em uma volta as raízes, mas quando fui ouvir uma música percebi que a produção estava ainda mais cristalina e acabei deixando o álbum de lado. Pois bem, fugindo do carnaval, peguei esse CD para ouvir mais algumas vezes e agora posso dizer como é bom quebrar a cara, pois o Aborted acabou de fazer mais um massacre transitando entre o Death Metal mais cru, referência ao som de Gotemburgo e o nosso tão amado Grindcore.

Logo de cara três fatores chamam a atenção: as participações especiais logo nas faixas mais legais (entenda brutais) “Источник Болезни (The Origin of Disease)”, que ganhou um vídeo e conta com a participação de Julien Truchan (Benighted); “Vermicular, Obscene, Obese”, com um refrão que gruda na cabeça fácil, com a participação de Trevor Strnad (do The Black Dahlia Murder); “Our Father”, “Who Art Of Feces” (belo titulo) com Keijo Niinimaa do Rotten Sound e, para completar o clima de all star do Metal Extremo, Jason Netherton do Misery Index dá as caras em “Endstille”, uma faixa bem arrastada que não perdeu a mão na brutalidade, fechando o álbum com um discurso de Robert Oppenheimer, o pai da bomba atômica usada na segunda guerra, a Little Boy (Death Metal também é cultura).


O segundo destaque vai para a capacidade criativa e principalmente técnica de todos os músicos, desde o novato Ken Bedene (ex-Abigail Willians) e J.B. Van Der Wal com uma cozinha cortante (ouça “Fecal Forgery”), até a dupla de guitarras de Mike e Eram que conseguem encaixar melodias de guitarras lembrando a escola de Michael Amott (Arch Enemy). 

Já o vocal é um caso a parte, pois existem vocalistas que se limitam a gritar, outros a berrar e mais alguns que parecem um porco no matadouro. Só que Svencho consegue alternar os três, impossível não se impressionar com esse belga maluco.

E o terceiro destaque vai para a parte lírica com momentos de puro amor e poesia, letras que você pode cantar pra namorada ou para sua vovó que deixarão todas elas muito felizes com pérolas do naipe de:

Prolongar a-enriquecer o fedor/escoriação bacteriana lançando um aroma tão doce”. Vai dizer que isso não foi romântico??


Sendo assim, o Aborted consegue fazer um trabalho moderno e respeitando suas raízes e, o mais importante, salvando meu carnaval de tantas porcarias que rolam na mídia. Não deixe de ouvir um dos trabalhos mais sanguinolentos  lançados até agora.


Texto: Luiz Harley
Revisão/Edição: Renato Sanson/Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Aborted
Álbum: Global Flatline
Ano: 2012
País: Bélgica
Tipo: Death/Grindcore  


Formação
Sven ‘Svencho’ de Caluwé (Vocal)
Eran Segal (Guitarra)
Mike Wilson (Guitarra)
Ken Bedene (Bateria)
J.B. Van Der Wal (Baixo)



Participações especiais:
Julien Truchan (Vocais na faixa 3)
Trevor Strnad (Vocais na faixa 7)
Keijo Niinimaa (Vocais na faixa 11)
Jason Netherton (Vocais na faixa 12)





Tracklist
01. Omega Mortis
02. Global Flatline
03. Источник Болезни (The Origin of Disease)
04. Coronary Reconstruction
05. Fecal Forgery
06. Of Scabs and Boils
07. Vermicular, Obscene, Obese
08. Expurgation Euphoria
09. From a Tepid Whiff
10. The Kallinger Theory
11. Our Father, Who Art of Feces
12. Grime
13. Endstille



Acesse e conheça mais a banda

Confira o teaser do álbum




Confira o clipe de "Источник Болезни (The Origin of Disease)"

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