quarta-feira, 30 de maio de 2012

Flying Colors: Música Nova à Moda Antiga


O supergrupo Flying Colors nasceu da ideia de reunir músicos virtuosos e um cantor pop, para juntos criarem músicas novas do jeito antigo, então em 2008 o produtor Bill Evans colocou em ação seu plano, sendo que além de músicos virtuosos, que fossem grandes compositores, também teria que ter uma produção visionária, que fosse a extensão desse grupo, criando todas as condições de criar um clássico.

Pois bem, os músicos que receberam essa proposta foram Mike Portnoy (bateria, vocais), Dave LaRue (baixo), Neal Morse (teclados, vocais), Steve Morse (Guitarra),  e a produção ficou a cargo de Peter Collins, que tem em seu currículo mais de cem produções, entre os artistas que produziu estão Rush, Elton John, Bon Jovi e Jewel.


Até aí, sujeitos que dispensam apresentações no meio que acompanhamos, somente o vocalista escolhido, Casey McPherson (contratado do selo Hollywood/Disney), cantor e letrista, que, inclusive seguindo a proposta inicial, não é do meio, porém se mostrou versátil e competente, e foi escolhido por Evans e Collins que já haviam pesquisado mais de cem vocalistas, sendo que chegaram até ele por sugestão de Portnoy.
Formada a banda e definida a equipe, em pouco tempo de trabalho, concluíram que a química foi perfeita, e logo já tinham as primeiras composições engatilhadas.


Trabalhando da forma antiga, ou seja, captando as gravações como se fossem ao vivo, e ter o máximo de espontaneidade, nada de alta tecnologia para deixar a música perfeita e limpinha, tratando mesmo de preservar a performance e o feeling do momento.

Mesmo com o tempo escasso devido as agendas dos músicos (Steve Morse gravou muitas de suas partes em quartos de hotel), o trabalho foi fluindo, e o resultado foi muito bom! Não vão mudar o mundo, mas cometeram uma bela peça musical, muito bem executada, diversificada musicalmente e pode-se dizer que conseguiram realizar a ideia inicial, ou seja, fazer uma música calcada nos clássicos, porém sem soar datada.

Nas primeiras audições pude sentir o "aroma" dos clássicos, me vieram a mente álbuns como "Beck, Bogart & Appice" (até por também se tratar de uma "junção" de feras, e temos vários outros exemplos de grandes projetos e bandas que reuniram nomes de peso e cometeram pequenas obras-primas, e, claro, também temos exemplos que se tornaram em decepção, afinal a expectativa que se gera em torno de algum "supergrupo" é enorme!) mas, conforme a proposta, nada soa datado ou reciclado, e nada de virtuose exagerada, com música feita para músicos.


A abertura com "Blue Ocean" foi uma bela escolha pra mostrar isso, as levadas, a linha de baixo, os vocais e backing vocals no refrão, o solo de Steve, a música soa clássica, atual e com um acento pop ao mesmo tempo. "Shoulda Coulda Woulda" tem uma pegada mais pesada, influências do Hard setentista, enquanto que "Kayla" e "The Storm" são mais calmas e melodiosas, possuindo um refrões e melodias agradáveis e pegajosas; "Love Is What I'm Waiting For" chega a lembrar Beatles, e também possui o dom de grudar na mente de imediato;

"Everything Changes", é uma balada POP, com orquestrações e linhas vocais de muito bom gosto, chega a lembrar algo de Queen em algumas partes; "Infinite Fire" é cheia de virtuosismo ( e não soa nem um pouco chata!!), com cada músico tendo espaço para mostrar o que sabe, e nessa faixa podemos identificar muito do progressivo de grupos como Yes ou King Krimson, enquanto que "Walls Falls Down" é quase Metal! Ou seja, tem muita diversidade, sendo que podemos identificar partes de cada um dos componentes nas faixas que fazem parte do play. O feeling foi valorizado, as músicas soam espontâneas como verdadeiras jams! É o "old fashion way"!! As influências de cada um deles, que vem do Classic Rock setentista, do progressivo, elementos de suas bandas principais,  se somam e acabam se transformando no Flying Colors.


Talvez alguém que vá ouvir esperando algo muito semelhante ao que os músicos, excetuando o vocalista Casey McPherson, fazem em suas bandas principais, ou em outras formações que fizeram parte, acabe por se decepcionar, porém, se ouvir com a mente aberta vai aprovar, e logo vai estar assoviando e cantarolando as melodias, eu garanto!
O Flying Colors está aprovado, e os membros fazem questão de dizer que são uma banda, não um projeto, apesar da agenda apertada, e esperamos mais música de qualidade dessas feras!Virtuosismo a serviço do bom gosto!


Texto e Edição: Carlos Garcia
Revisão: Ian Fraiser
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Flying Colors
Álbum: Flying Colors
Ano: 2012
Produção: Peter Collins
Mixagem: Michael Brauer
Estilo: Ouça e tire suas conclusões!


Formação: Nem precisa repetir!

Tracklist:
1. Blue Ocean 
2. Shoulda Coulda Woulda 
3. Kayla 
4. The Storm 
5. Forever in a Daze 
6. Love is What I'm Waiting For 
7. Everything Changes 
8. Better Than Walking Away 
9. All Falls Down 
10. Fool in My Heart 
11. Infinite Fire



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