quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Resenha de Show: Dream Theater - 24/08/2012, Pepsi On Stage - Porto Alegre/RS

Dream Theater volta à Porto Alegre/RS em show surpreendente 
Passado dois anos de sua primeira apresentação na capital gaúcha, os americanos do Dream Theater retornam a Porto Alegre/RS e, como na outra vez, o show foi realizado na excelente casa de shows Pepsi On Stage, onde trouxe um grande público, para presenciar sua nova turnê que promove o novo álbum “A Dramatic Turn of Events” (2011) e também para apresentar o seu novo baterista Mike Mangini.

Era notável a apreensão entre os fãs, pois não estaríamos presenciando o Dream Theater com Mike Portnoy (seu criador), mas sim com outro baterista, e ao mesmo tempo rolava muita expectativa com ele por trás das baquetas, pois quem acompanha a carreira de Mangini sabe o quão talentoso é.

John Myung (baixo) e Jordan Rudess (teclados)

Por volta das 21h, subia ao palco a dupla Gustavo Strapazon e Magnus Wichmann (baixista e guitarrista da banda Scelerata, respectivamente), para uma breve apresentação instrumental, muitos não sabiam que haveria show de abertura, mas ao iniciar a curta apresentação, caíram nas graças do público.

Pois talento estes dois tem de sobra e a presença de palco de Gustavo empolga até o mais desanimado, com uma apresentação onde executaram músicas instrumentais técnicas e coesas e ao final um medley com grandes clássicos do Rock, encerrando em alto nível o show.

Logo em seguida o palco que receberia o Dream Theater que estava tendo seus últimos detalhes ajustados e realmente podemos notar muitos detalhes no palco, além da bateria monstruosa de Mangini que estava no meio do mesmo.

Um pouco antes de iniciar o show, recebemos a notícia que não poderíamos tirar fotos com flash, devido a uma solicitação da própria banda, o que gerou uma certa dúvida de como ficaria as fotos, mas por volta das 21h40 após a intro “Dream is Collapsing”, o Dream Theater adentrou o palco com “Bridges in the Sky” de seu mais novo álbum e “These Walls” do controverso "Octavarium" (2005), e o que presenciamos nesse início foi uma banda arrasadora, muito a vontade no palco, que contava com uma produção de encher os olhos, sem contar a iluminação rica em detalhes que dava um clima mais do que especial para o show.

Petrucci estava mais comunicativo com o público nesta segunda passagem por POA/RS
Apesar do setlist ter sido baseado mais no novo disco (das 11 músicas que estão em  “A Dramatic Turn of Events”, foram executadas 8 faixas), John Petrucci (guitarra), James LaBrie (vocal), Jordan Rudess (teclados), John Myung (baixo) e o novato Mike Mangini (bateria), mostraram um espetáculo grandioso, onde passou fácil das 2h30min de duração.

"Caught in a Web", primeiro clássico da noite a ser executado, mostrou como Mangini está entrosado com a banda, executando-a fielmente além de emendar as novas e complexas "This is the Life" e "Lost Not Forgotten" mostrando que o material novo da banda é muito bem recebido pelos fãs.

Tivemos uma das grandes surpresas da noite que foi a execução de "A Fortune in Lies" do primeiro álbum, cantada pela grande maioria dos presentes, e logo em seguida o solo de bateria de Mike Mangini, onde deixaria todos impressionados com tamanha técnica e precisão que este monstro tira de seu kit.

Com uma presença de palco fantástica, LaBrie interage com o público e dá um show de simpatia, e em um dos momentos mais especiais do show, onde contava somente o vocalista e o tecladista Jordan Rudess, “Wait for Sleep” é executada e LaBrie dá um show de interpretação, mostrando sua faceta mais teatral, deixando todos fascinados com sua performance.

Estreia de Mangini na capital gaúcha, mostrando porque foi escolhido entre tantos outros
Outro ponto de destaque que vale mencionar, foi o carisma de Petrucci neste show, interagindo muito com o público e se sentindo a vontade, destilando seus solos altamente técnicos e performáticos.

Dando sequência, tivemos a excelente "Surrounded" de seu álbum de maior sucesso “Images and Words” (1992), a resposta dos fãs ao inicio dela foi imediata, mostrando o carinho que os gaúchos tem por esta fase da banda.

Como falei anteriormente, muitas músicas do novo álbum foram tocadas, dividas com clássicos da banda, porém está mescla mostra como o material novo se encaixa com suas composições mais antigas, pois além de mostrar um Dream Theater inspirado como não ouvíamos há algum tempo, a parte técnica e sentimental da está em alta, sendo impossível ficar olhando para um músico em especifico.

Um dos momentos mais especiais do show que levantou a galera literalmente foi a dobradinha tirada do álbum “Six Degrees of Inner Turbulence” (2002) com as músicas “War Inside My Head” e  “The Test that Stumped Them All” que foram executadas perfeitamente, com destaque a Myung e Petrucci que deram um show nos seus instrumentos.

Após mais um solo, desta vez do guitarrista John Petrucci, a bela "The Spirit Carries On" entra em cena, e emociona os presentes, pois seu refrão é realmente grandioso, ainda mais cantado por algumas mil vozes que estavam no Pepsi On Stage, um momento mágico tomado pela emoção e precisão que a banda esbanja.

James surpreendeu até quem já estava acostumado com sua performance
Antes do bis, o Dream Theater executa mais uma de seu recente trabalho, a extensa “Breaking All Illusions” que encantou os presentes, além de mostrar o grande maestro que é o tecladista Jordan Rudess, com partes sinfônicas fantásticas, além do instrumental intrincado e complexo que possui.

Para o bis todos esperavam “Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper”, porém em Porto Alegre/RS foi diferente e tivemos como bis sua música de maior sucesso, estou falando da genial "Pull Me Under" que também pertence ao álbum  “Images and Words” (1992), uma grata surpresa, que levou os fãs a loucura, cantando a mesma do inicio ao fim, deixando o grupo mais do que satisfeito com a recepção calorosa que teve mais uma vez dos gaúchos.

Cobertura: Renato Sanson
Revisão & Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Maicon Leite (War Gods Press, Hell Divine & Roadie Crew)

Agradecemos ao nosso amigo Maicon Leite por conceder as fotos! Valeu brother, estamos juntos! o/

Setlist Dream Theater

01 Dream is Collapsing
02 Bridges in the Sky
03 These Walls
04 Build Me Up, Break Me Down
05 Caught in a Web
06 This is the Life
07 Lost Not Forgotten
08 A Fortune in Lies
09 Wait for Sleep
10 Far from Heaven
11 Outcry
12 Surrounded
13 On the Backs of Angels
14 War Inside My Head
15 The Test that Stumped Them All
16 The Spirit Carries On
17 Breaking All Illusions

Bis:
18 Pull Me Under

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Entrevista: Necropsya - Técnica e Feeling


Entrevista exclusiva com esta importante banda da cena underground paranaense


Necropsya já tem mais de dez anos na estrada com três EPs “Destroy” (2005), “SkullCrusher” (2006), “Bandas Fora da Garagem” (2010) e dois CDs,  “Roars (2007) e “Distorted” (2011) do mais violento e poderoso Thrash Metal.

A banda é dona de uma carreira que se consolida a cada ano e sempre inova em seus álbuns, mas sem fugir de sua raiz musical.  E isso pode ser verificado no single “Isolation”, que a banda divulgou no início do mês de agosto e que fará parte do novo álbum que está em fase de pré-produção.

Neste bate-papo com o Road To Metal pelos virtuosos integrantes da banda, podemos conferir toda batalha e dedicação desses músicos para nos oferecer o melhor do Thrash Metal Underground.

Diretamente do Paraná para a Road To Metal: Henrique Vivi (baixo e vocal), Henrique Bertol (guitarra) e Celso Costa (bateria).

Com vocês: Necropsya!



RtM: Vocês começaram tocando covers de bandas de Heavy, Thrash e Death Metal. A banda tinha outro nome? E por que Necropsya?

Henrique Bertol: Opa Luiz! No começo, criamos um nome provisório de Evil Child, até vir algo melhor, que achávamos que tínhamos conseguido como “Necrotery”. Quando fomos agendar o nosso primeiro show, percebemos já problemas, não fazia sentido manter aquele nome com uma grande banda como o “Necroterio” por aqui. Queríamos sempre um nome que soasse bem em português, e de certa maneira ser fácil de falar por quem for. O Necropsya foi um nome que veio bem a calhar, o “Y” na escrita veio inicialmente para dar um ar diferente sem mudar a prosódia... mas no final das contas foi até bom para diferenciar de outras bandas que usam o “i”.

RtM: Henrique Bertol e o Henrique Vivi já se conheciam desde pequenos. O Celso Costa entrou na banda em 2004. Como conheceram Celso Costa?

Henrique Bertol (guitarra) 
Henrique Vivi: Bom, temos uma amiga em comum que é da cidade do Celso (Guarapuava) – um show nosso com o antigo baterista ela o levou para assistir, acabamos nos apresentando aquela noite - alguns meses depois ele veio morar em Curitiba e ficou sabendo que estávamos sem batera... dois ensaios e ele já estava à vontade!


RtM: No início a banda contava com dois guitarristas. Em 2005 sum deles saiu e desde então a banda ficou só com três integrantes. Qual foi o fator determinante para vocês permanecerem como trio? 

Henrique Bertol: Quando o nosso segundo guitarrista saiu até pensamos em procurar um substituto, mas as vantagens como trio para tocar esse som são imensas, como a facilidade de timbrar, liberdade melódica e a cozinha fica muito mais presente. Quando a gente voltou a subir no palco com essa formação, mais enxuta, percebemos que a coisa certa a fazer era permanecer assim, tudo soou muito bem.



RtM: Em 2011 vocês ganharam o 1º Prêmio Ivo Rodrigues na categoria de melhor banda de Rock/Metal de Curitiba de 2010, devido ao EP “Bandas Fora da Garagem”. Vocês ficaram sabendo que haviam sido premiados através de um amigo do Celso Costa, pois na noite da premiação vocês estavam tocando em Santa Catarina, no Otacílio Rock Fest. Não como Necropsya, mas estavam tocando na outra banda que o Henrique Vivi tinha ou tem. Os integrantes do Necropsya têm projetos paralelos?

Henrique Vivi: Somos um tanto nômades! Com a nossa formação acadêmica e trabalhando com música, já nos enveredamos por uns projetos que, por mais que sejam diferentes entre si, nos deram um baita chão, além de pagar as contas! Então já tocamos em tudo quanto é coisa, no momento estamos fazendo free-lances, mas nada a longo prazo.

RtM: Durante o período de produção do primeiro CD, vocês além de serem entrevistados, tiveram suas  músicas divulgadas na rádio "Hard Rock Radio Live", de Nashville – EUA. E também tiveram a publicação de um review do “Roars” numa webzine italiana. Desde essa época para cá, como tem sido a repercussão das músicas de vocês em âmbito internacional?

Celso Costa: Olha, melhorou com certeza – as redes sociais hoje em dia também quebram um galho muito grande em manter o contato e feedback com bandas e produtores daqui e de fora. As músicas do EP, no entanto, foram determinantes para abrir essa porta – e esperamos que isso melhore, pois o trabalho está longe de acabar!

RtM: O segundo álbum, “Distorted”, rendeu, para a banda, uma turnê na Argentina. Conte um pouco dessa experiência.

Henrique Vivi: Animal! A primeira vez tocando fora nós nunca esqueceremos, foi uma experiência e tanto. O que fez esta viagem ser muito foda foi a hospitalidade de todos, sem exceção. Nas cidades que tocamos, a cena underground no geral é muito parecido com aqui, então nos sentimos em casa mesmo. A cultura portenha tem algo de patriótico que eu nunca tinha visto tão de perto, na música então, isso é o tempo todo! No mais, conhecemos muita gente boa, bebemos muita Quilmes, nos empanturramos de comida típica e curtimos três noitadas de sonzeira. Não há como falar mal!

RtM: Uma diferença que sinto entre o “Roars” e” Distorted” e no single “Isolation”,  que vocês divulgaram até o momento, e  que fará parte do tracklist do próximo CD, é que o som da banda está mais abrangente. O que, a meu ver, fica estranho colocar um “rótulo” em vocês como Thrash Metal. Quero dizer que, embora seja uma banda de Thrash, vocês não têm clichês de bandas desse estilo. O que vocês têm a dizer sobre essa abrangência musical do Necropsya?

Henrique Bertol: Ficamos felizes de saber que isso é perceptível. Uma vez que estamos tocando há certo tempo, e participando de outros projetos, acabamos determinando um norte para nossas composições como Necropsya. Um pé no thrash metal é inevitável para o nosso som e conseguirmos ter este senso para flertar com outros estilos. Acredito que o termo não sirva para nos rotular, mas sim para dar uma noção, especialmente para quem tá conhecendo a banda.


RtM: Devido a essa abrangência musical, os álbuns de vocês não são cansativos, bem ao contrário, é uma surpresa atrás da outra, mantendo a identidade da banda e demonstrando muita técnica sem perder o “feeling”. Como é o processo de composição de vocês?

Celso Costa: Obrigado Luiz! O legal de trabalhar com o Necropsya é que raramente algo é descartado. Normalmente, o esqueleto de alguma música, ou trecho de música, um de nós mostra em ensaio ou grava em casa para mostrar depois. Após mostrado, revisado, e cada um montar seu arranjo, juntamos tudo em estúdio e a partir daí começamos a afunilar até virar algo apresentável. Quem diz se o som tá bom ou não é a resposta da galera no show!

RtM: Outra diferença perceptível no Necropsya são as artes de capa. A arte de capa do disco “Roars” foi feita pelo Henrique Bertol, Danusa Araújo e Allan DeAngeles. Essa capa é mais intimista, tons mais escuros. Porém na capa do disco “Distorted”, que foi feita pelo Allan DeAngeles, ela é, digamos, mais enigmática,  mais instigante... Como vocês interpretam essa diferença?

Celso Costa: Os dois envolveram trabalhos com muito empenho! No primeiro álbum, a Danusa e o Bertol tiraram leite de pedra – os dois tinham pouca experiência e fizeram uma grande arte! O Allan ajudou muito, mas depois do Roars lançado...vimos que a próxima arte deveria ser o contraste daquilo, no lance visual e na apresentação também. O Allan é amigo de longa data e conhece muito sobre música. Ele captou exatamente o que queríamos, tanto que no Distorted, passamos estas idéias junto com as músicas e as letras para ele ouvir e se inspirar... quando ele veio com o resultado final, ficamos de queixo caído!

Capa do mais recente single "Isolation"

RtM: As letras  do “Roars” são mais políticas. Já as do “Distorted” me soam mais pessoais, mais psicológicas...  Essa mudança foi programada ou não?

Henrique Vivi: Confessamos que não. Quando nós lançamos o Roars, já havia algumas das músicas do Distorted feitas. Após uma pequena triagem das músicas que escolheríamos para o próximo álbum, vimos que o conteúdo lírico delas poderia funcionar melhor como unidade. A letra da música “Distorted” explica estas letras ainda mais na cara, então acabou virando o nome do CD.

Henrique Bertol: A maior mudança é que amadurecemos como letristas. Quando você não tem muita experiência, falar de temas pessoais são complicados, é fácil soar pedante ou piegas. Hoje em dia conseguimos nos expressar de forma mais honesta e direta, é por isso que tudo soa um pouco mais pessoal.   

RtM: Analisando as letras, capas de arte e o som de vocês, parece que uma das propostas da banda é fazer novas experimentações e variar nos álbuns. Kreator é uma banda que tem esse costume, como por exemplo, no álbum “Renewal” (1992) e que gerou certas  controvérsias. E vocês, têm esse receio? Qual é o cuidado de vocês em relação a isso?

Henrique Vivi (baixo e vocal)
Celso Costa: Pela nossa prática musical isso nunca foi um impeditivo. O que não podemos esquecer é quem somos e de onde viemos.

Henrique Vivi: Depende da intenção de cada banda, talvez. Acreditamos, no nosso caso, que é necessário estabelecer um limite, senão você perde seu chão. Nós não temos interesse em experimentar algo sem ter certeza absoluta de saber em que isso vai realmente soar bem de fato. Não temos receio de gerar controvérsias neste sentido por dois motivos: não temos medo de criar e ainda temos que “comer muito feijão” pra chegar ao naipe do Kreator!

RtM: Ainda falando em variações e experimentações... Mikael Åkerfeldt (Opeth), tem álbuns em que ele alterna o canto gutural com o limpo. No Necropsya, já foi cogitada essa possibilidade? É algo que podemos esperar de vocês num disco futuro?

Henrique Vivi: Nem a pau! (risos) Complementando a pergunta anterior... se um dia a gente inventa de colocar uma voz minha limpa cantando melodias, morre boa parte da nossa identidade sonora. Não que isso seja totalmente impossível, mas ainda não houve alguma situação nas nossas músicas em que o vocal não precisasse ser agressivo.

RtM: Após terem aberto shows para bandas como Master, Overkill, Krisiun, Holocausto, Torture Squad entre tantas outras, mais uma turnê na Argentina e uma mini tour aqui no Brasil com a banda argentina Traxxion Etilica, o que mais marcou vocês e o que trouxeram dessas experiências?

Henrique Vivi: Em poucas palavras – coletividade, respeito, admiração. Todas as bandas que você mencionou nos fizeram crescer de alguma maneira e somos muito agradecidos em tocar com estes caras. Fazer um excelente show com estas bandas já garante o sorriso de qualquer um, então imagine poder tirar um tempo para conversar com eles nos bastidores, ter dicas, saber onde melhorar e ainda tomar umas geladas. Isso marca demais!

RtM: Hoje em dia como vocês avaliam a cena underground do Paraná?

Henrique Bertol: É uma pergunta complicada, pois sei que avaliar no geral é perigoso. Mas certas coisas já vimos que estão começando a mudar, que anos atrás eram coisas certas. Tem muito mais fatores envolvidos nos sucesso ou não de um evento hoje em dia, não é mais como no passado. Felizmente, as casas tem melhorado, e o nível das bandas tem se mantido em alta. Aí tudo facilita pra organizar boas noitadas e promover uma boa interação entre todos envolvidos.

RtM: Necropsya tem mais de dez anos e dois CD’s bem elogiados por revistas de Heavy Metal.  Quero saber qual é a avaliação de vocês para a banda.

Henrique Vivi: Estamos começando! É bom saber que evoluímos do começo pra cá, e essa busca não nos deixará no comodismo, sentimos que estamos acertando a mão cada vez mais e agora é lapidar em cima disso para fazer, cada vez mais e melhor. Claro, temos muito a melhorar como banda, mas... estamos começando!

Celso Costa (bateria)
Henrique Bertol: Melhoramos na identidade sonora que a gente vem criando, estamos conseguindo moldar a nossa identidade dentro de um gênero e isso é ótimo. 

Celso Costa: Estamos tranquilos e felizes com o que fazemos. Garanto que ainda tem muita coisa por vir!

RtM: Agora vamos falar sobre o próximo CD.  Como esta sendo o processo de criação?

Henrique Bertol: No momento, estamos no meio da pré-produção das músicas novas, ensaiando elas bastante, e também tocamos algumas nos shows. O Distorted ainda é o nosso material de promoção, então não estamos com pressa... por enquanto!

RtM: Numa entrevista, Mille Petrozza(Kreator), afirmou que os riffs pavimentam o caminho que o álbum irá tomar. Vocês concordam? Os riffs têm essa importância na elaboração dos álbuns de vocês ou isso é secundário?

Henrique Vivi: Não concordo totalmente. É verdade que o rock, sem a guitarra, seria algo diferente. Mas pensar assim na música feita atualmente é complicado, pensamos que um álbum toma um caminho de acordo com a sonoridade de todos os instrumentos envolvidos, não só a guitarra como guia em todas elas. Mas entendo o Petrozza, talvez para o Kreator funcione assim... ainda bem! Mas me parece que é algo que depende de cada um.

RtM: Em termos de letras, o que o público pode esperar  dessa vez?  

Celso Costa: Durante um fim de semana compondo, demos uma de Metallica na terapia de grupo e saímos escrevendo letras ou idéias para letras, descobrimos que todos tinham ideias boas.

Henrique Bertol: Não está tudo 100% ainda, então nos pergunte novamente ano que vem!  

RtM: Vocês  tem alguma previsão de quando esse álbum será lançado?

Henrique Bertol: Muita água ainda vai rolar, é muito cedo pra prever uma data de lançamento. Se tudo correr certo, daqui um ano já estaríamos em estúdio, mas hoje, isso é hipotético.  

RtM: Vocês no EP “Bandas fora de garagem” tem a música “Determinação” e no segundo disco as músicas “Utopia” e “Stress” estão em português. Nesse novo álbum vai ter alguma música em português?

Henrique Vivi: Certeza que sim! Sempre há a vontade de experimentar letras que soem bem em português sem perder as características do metal, do gutural, etc. Esse é um trampo nem sempre fácil, e será com certeza um desafio para o próximo trabalho.

RtM: Tem bandas de heavy metal que cantam em seu idioma de origem. Como por exemplo, Rata Blanca (Arg) e Midnight Priest (Pt). Vocês têm o intuito de gravar algum álbum ou EP com músicas cantadas somente em português? 

Henrique Vivi: Difícil dizer. Hoje é algo que sabemos que não aconteceria, mas quem sabe em um lançamento futuro? Até pensar assim hoje em dia é difícil, só o faremos se tivermos certeza que não passaremos vergonha perto do trabalho destas bandas! 

Henrique Bertol: Mas não tenham dúvida que a gente tem vontade, todo mundo aqui ficou boquiaberto com o “Peste” do Claustrofobia. Os caras deram um importante passo nesse sentido, é um belo parâmetro de referência.  

RtM: Como foi a recepção do público após a divulgação do single “Isolation”?

Celso Costa: Até o momento está sendo positiva! Para receber uma pergunta exclusiva, não há como ser ruim! (risos). O Dennys Rocha (responsável pelo vídeo) fez um vídeo e tanto para a música, então só contribuiu para o bom retorno de quem já ouviu. No youtube.com/necropsyabr o pessoal pode conferir o clipe e também o making of da música!

Banda toca em Rio Negrinho/SC durante o Zoombie Ritual Fest em dezembro

RtM: Como está a agenda de shows de vocês? Conte-nos sobre o convite que vocês receberam para tocar no Zoombie Ritual que ocorrerá em dezembro deste ano.

Henrique Vivi: Temos show no Hangar Bar, aqui em Curitiba, no comecinho do feriado, dia 06/09. Além disso, tocaremos no fim de semana do dia 14/09 em Pato Branco no Metal Massacre Fest IV, Curitibanos/SC dia 22/09, Blumenau/SC dia 20/10, e sim, o Zoombie foi recentemente confirmado, ficamos honrados de dividir esse cast violento! Estamos igualmente ansiosos com esta agenda do segundo semestre. 

Celso Costa: Temos algumas propostas de shows, assim que confirmadas serão devidamente divulgadas, então quem quiser ficar atento, no nosso site www.necropsya.net a agenda está disponível na página principal.

RtM: Queria agradecer à vocês pela entrevista e também pela atenção. Boa sorte para vocês com esse novo álbum.  Sintam-se a vontade e deixem um recado.

Celso Costa: Agradecemos demais pela oportunidade Luiz, valeu mesmo! Convidamos a todos a conhecerem o trabalho da banda no site oficial – todo nosso material envolvendo músicas do Distorted e do EP Bandas para ouvir de graça, informações, fotos, vídeos, compra de material, notícias e agenda, além de acesso rápido ao facebook, canal de youtube e contato via e-mail está lá. Um abraço a todos e agradecemos demais.

Um grande abraço a todas as pessoas e empresas que nos apoiam: Dennys Rocha (nosso quarto integrante praticamente), KR Drums, Escola de Música Edi Tolotti, Audionose Estúdio de Ensaios e Metal Media Management. Um alô especial á todos que tem nos acompanhado via internet, ido aos shows e dado uma força adquirindo nossos materiais. Apoie o independente, tem muita banda séria no meio que procura seu espaço. Nos vemos na estrada e até breve!

Entrevista: Luiz Edmundo
Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Resenha de Show: Overkill - 22/08/2012, Bar Opinião - Porto Alegre/RS

Em noite inspirada Overkill mostra o porque é tão respeitada

O Overkill retorna a capital gaúcha depois de 11 anos de sua primeira apresentação em Porto Alegre/RS. O lugar escolhido para o show, o mesmo que o de 2001, o Bar Opinião, com certeza uma das melhores casas de shows da região.

Em uma curta passagem pelo Brasil (com apenas duas datas), os norte-americanos chegam para divulgar seu mais recente trabalho “The Electric Age” (2012). E para abrir os trabalhos, tivemos como banda de abertura os gaúchos da One Of Them.

Para quem não conhece, a banda One Of Them já está na cena há oito anos e em 2010 lançou sua primeira demo, intitulada de "I Am One Of Them". E por volta das 21h30, a banda gaúcha formada por G.G. Mussi (vocal), Jeff Witt (guitarra), Leo Jamess (guitarra), Alexandre Guterres (baixo) e Z. Ace (bateria) sobem ao palco do Opinião e despejam seu Thrash Metal agressivo, porém com belas doses de melodia, tendo maior diversificação em seu som.

Destaques já para as conhecidas "One Of Them" e "Let Them Burn", que fizeram os bangers baterem cabeça literalmente. O setlist da banda ainda apresentou algumas musicas novas que estarão no seu próximo registro, e pelo que podemos ouvir destas composições, com certeza mais um grande lançamento virá, pois a banda está em um entrosamento fantástico, mostrando que está em um ótimo momento.

One of Them fez bonito agitando a galera de Porto Alegre/RS

Com a casa praticamente cheia, após uma troca de palco rápida, exatamente as 23 horas, os thrashers do Overkill entram em cena e mostram porque são uma das bandas mais idolatradas do estilo. Bobby “Blitz” Ellsworth (vocal), Dave Linsk (guitarra), Derek Tailer (guitarra), D.D. Verni (baixo) e Ron Lipnicki (bateria) sobem ao palco e despejam de cara "Come and Get It" do novo álbum, que por sinal funcionou muito bem ao vivo, abrindo caminho para "Bring Me the Night" do excelente "Ironbound (2010).

Após esta abertura fantástica, com músicas de seus dois últimos álbuns, era hora dos clássicos aparecerem e "Elimanation" do álbum “The Years of Decay” (1989) surge e mostra que Bobby está cada vez melhor, com uma interpretação impecável com todo potencial de sua voz característica e unica.

Bobby e D.D.: carisma e simpatia em Porto Alegre/RS

Sem contar o carisma que o resto da banda esbanjava, realmente se entregando aos fãs, com D.D. Verni, tirando estalos de seu baixo e interagindo muito com o publico.

Dando sequência ao massacre, tivemos: "Hello from the Gutter" do álbum "Under The Influence" (1988), "Ironbound" e "Save Yourself" mostrando que as composições atuais do grupo não perderam a essência.

Em um dos momentos mais especiais da noite é executada "Wrecking Crew" do álbum “Taking Over” (1987), levando todos a loucura, transformando a casa em um verdadeiro caldeirão, sendo notável a satisfação da banda em ver o público tão emocionado com sua música e sem contar as diversas rodas que se formaram ao som desse clássico absoluto.

Dave Linsk disparando seus riffs e solos insanos

Com uma sequência matadora, o Overkill encerra a primeira parte do show com a agressiva "Necroshine", "Old School" (com sua pegada Punk) e a épica "In Union We Stand", com certeza a melhor da noite e um dos momentos mais saudosos também, com toda a casa cantando seu refrão épico ao pedido de Bobby em coro comandado pelo vocalista.

Para o bis não poderia faltar "Deny the Cross" que também pertence ao clássico "Taking Over"; "Rotten to the Core" de seu álbum de estreia "Feel The Fire" (1985), levando os bangers a rodas e mais rodas, sem contar seu refrão cantando a todo vapor por todos os presentes.


Que a banda não demore mais 11 anos para voltar à capital gaúcha

E para fechar a festa "Fuck You" (cover da banda The Subhmans eternizado pelo Overkill), assim se despedem de Porto Alegre/RS, com um grande show, deixando todos thrashers mais do que satisfeitos, pois a banda se entregou ao público e o público se entregou ao Overkill. Mais uma grande apresentação na capital gaúcha e não teria como mencionar o trabalho feito pela Opinião Produtora, que recebeu a todos da imprensa muito bem, nos deixando à vontade para cobrir o evento.

Cobertura por: Renato Sanson
Revisão & Edição: Renato Sanson/Eduardo Cadore
Fotos: Road to Metal (proibido uso sem citar a fonte)


Setlist Overkill

01. Come and Get It
02. Bring Me the Night
03. Elimination
04. It Lives
05. Electric Rattlesnake
06. Hello from the Gutter
07. Ironbound
08. Save Yourself
09. Wrecking Crew
10. Necroshine
11. Old School
12. In Union We Stand
13. Deny the Cross
14. Rotten to the Core
15. Fuck You

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ethereal Architect: Construindo Interessantes Canções

Jovem, a banda texana lança seu 2º trabalho completo

(To read English version click here)
Embora quando pensamos em Texas (EUA), temos na mente mil e outras coisas a lembrar, é da cidade de Austin, daquele estado, que surge Ethereal Architect, banda que segue uma proposta progressiva, mas tentando romper alguns laços com o estilo e assim o faz, de forma eficiente, em “Monolith” (2012), seu novo disco.

Lançado em maio deste ano, “Monolith” é o segundo trabalho da banda formada por Adam Contresa (vocal), David Glass (guitarra, teclados e vocais de apoio), Thad Stevens (baixo) e Jake Koenig (bateria, percussão) que, de modo surpreendente, mostra ser um trabalho digno de “gente grande”. Aliás, é notável a baixa idade dos músicos, com uma média de 25 anos (se considerar que o primeiro CD saiu há cinco anos, são bastante jovens).

Como a banda é recente, sempre há a grande responsabilidade de compor e produzir um trabalho que faça o público se interessar em seguir acompanhando a banda. “Monolith” será capaz de fazer isso, mas, cuidado: não é um álbum fácil.

Podemos, em algumas audições superficiais, ver a banda ou como mais uma do estilo ou um grupo que está tentando inovar sem esquecer suas influências (Dream Theater, Opeth, etc.) e nos oferece um álbum de altíssima qualidade.

Composições como “Bardo Becoming” e “Obsidian” irão agradar em cheio quem gosta de velocidade e técnica; já “Revolutions” traz elementos sinfônicos e pode, num primeiro momento, causar estranhamento, pelos vocais de Adam estar com alguns efeitos e, de algum modo, estranho (mas um ótimo refrão). Já “Kalinago”, que abre o álbum, traz os elementos que estarão no restante do disco comprimidos nessa faixa: quebra de ritmos, velocidade, melodia, sinfonia, etc. “Mercury” mostra a qualidade indiscutível das guitarras de Glass.

"Monolith" irá agradar quem gosta de Metal Progressivo ousado

Agora, se a sua área é a melodia dentro do Metal, vai adorar imediatamente (assim como eu) “Oceans”, a mais bela e melódica do álbum que, embora não chega a ser balada, pode ser definida desse modo, assim como “Obscura”, a mais diferente do disco, já que Adam canta em espanhol e a música segue esse lado mais latino, destoando um pouco do restante do trabalho. “Mac Arthur Park” (versão para clássico de Richard Harris, dos anos 60/70) tem vários momentos ao longo de seus 7 minutos, mas com uma melodia sensacional (mantendo o clima da versão original), com show especial de Adam nos vocais, solos e riffs inspirados e certeiros de Glass que, aliás, é o compositor de quase todas as canções.

De modo geral, “Monolith” será o verdadeiro carro-chefe da expansão da Ethereal Architect para fora dos EUA, tanto é que a banda prepara uma turnê internacional para 2013, enquanto segue uma série de shows no seu país de origem divulgando este novo trabalho que, merecidamente, deve estar na estante de todo apreciador de boa música.

Stay on the Road

Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha técnica
Banda: Ethereal Architect
Álbum: Monolith
Ano: 2012 
País: EUA
Tipo: Metal Progressivo
Selo: Independente

Formação
Adam Contreras (Vocal)
David Glass (Guitarra, Teclados e Vocais de Apoio)
Thad Stevens (Baixo)
Jake Koenig (Bateria)



Tracklist
01. Kalinago
02. Mercury
03. Obsidian
04. Oceans
05. Final Escape
06. Revolutions
07. Obscura
08. Bardo Becoming
09. Submission
10. Mac Arthur Park

Acesse e conheça mais sobre a banda
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Assista aos vídeos de "Kalinago", "Revolutions" e "Bardo Becoming"

Ethereal Architect: Builders of Interesting Songs



(Versão em português aqui)
Although when we think of Texas (USA), we have in mind thousand other things to remember, is the city of Austin, that state, which arises Ethereal Architect, which follows a progressive proposal, but trying to break some ties with the style and thus the is, effectively, the "Monolith" (2012), his new album.

Released in May of this year, "Monolith" is the second album from the band formed by Adam Contresa (vocals), David Glass (guitar, keyboards and backing vocals), Thad Stevens (bass) and Jake Koenig (drums, percussion) that surprisingly, turns out to be a decent job of famous band. Indeed, it is remarkable the low age of musicians, with an average of 25 years (considering that the first CD came out five years ago, are quite young).

As the band's recent, there is always a big responsibility to compose and produce work that makes the audience interested in watching the next group. "Monolith" will be able to do this, but beware: not an easy album.

We may, in some superficial hearings, or see the band as another style or a group that is trying to innovate without forgetting their influences (Dream Theater, Opeth, etc.) and offers us an album of highest quality.

Compositions like "Becoming Bardo" and "Obsidian" will please those who like full speed and technique; already "Revolutions" brings symphonic elements and may, at first, cause estrangement, by Adam be with vocals and some effects, somehow strange (but a great chorus). Already "Kalinago" which opens the album, brings the elements that are in the rest of the hard tablets in this track: breaking rhythm, speed, melody, symphony, etc.. "Mercury" shows the unquestionable quality of Glass’ guitars.

Now, if your area is the melody inside the metal, you'll love immediately (like me) "Oceans", the most melodic album, although that is hardly ballad, can be defined in this way, as "Obscura" , more than the disk, since Adam sings in Spanish and the music follows this Latin side, not matching some of the remaining work. "MacArthur Park" (version classic 60/70 Richard Harris) has several times throughout its seven minutes, but with a sensational melody (keeping the mood of the original version), with special show of Adam on vocals , inspired solos of Glass which, incidentally, is the composer of almost all the songs.


In general, "Monolith" is the true flagship of Ethereal Architect for expansion outside the U.S., so much so that the band prepares an international tour in 2013, while following a series of shows in their home country touting this new work that deservedly should be on the bookshelf of every lover of good music.

Editing: Eduardo Cadore
Photos: Disclosure

Imprint
Band: Ethereal Architect
Album: Monolith
Year: 2012
Country: USA
Type: Progressive Metal
Label: Independent

Line Up
Adam Contreras (Vocals)
David Glass (Guitar, Keyboards and Vocals Support)
Thad Stevens (Bass)
Jake Koenig (Drums)

Tracklist
01. Kalinago 
02. Mercury 
03. Obsidian 
04. Oceans
05. Final Escape
06. Revolutions
07. Obscura
08. Bardo Becoming
09. Submission
10. Mac Arthur Park


Links

Bardo Becoming
Revolutions

domingo, 26 de agosto de 2012

Paradise Lost: Jogando Para a Torcida


Imaginei outros títulos para a resenha, mas não consegui achar outro mais adequado, apesar de clichê, pois após muitas mudanças em sua sonoridade, a banda foi retomando sua identidade. Os ingleses do Paradise Lost com certeza perderam fãs, ganharam outros nessas suas empreitadas, principalmente na época do lançamento de "Host" (1999). Produziram álbuns bem diferentes dos que os consagraram, como "Gothic" (1991), "Icon" (1993), "Shades Of God" (1992) ou "Draconian Times" (1995), que já são álbuns diferentes entre si, mas não ao ponto de parecer uma outra banda totalmente diferente, trazendo experimentações, algo mais comercial, bem mais próximo do Gothic Rock, e com influências de bandas como Depeche Mode, chegando ao ponto de relegar a parte mais orgânica de sua música, utilizando baterias programadas e vários efeitos nas guitarras, como loops e sintetizadores, além de outros experimentos eletrônicos.

Até que fizeram bons discos, que agradaram os fãs menos radicais, como o "One Second" (1997), por exemplo, mas "Host" fez os fãs que ainda resistiam, como eu, esquecerem a banda, tanto que o álbum seguinte, "Believe In Nothing" (2001), apesar de ser um álbum bem mais interessante, passou meio que despercebido, devido a desconfiança, e eu mesmo, acabei ouvindo o álbum bem depois, após o "Symbol Of Life" (2002), onde os caras voltaram a fazer algo digno, mas que certamente ainda dividia opiniões.

Capa e arte do álbum elaborada pelo artista parisiense Valnoir

A partir daí a banda lançou mais três discos, que se não podem ser considerados clássicos, são muito bons e seguiram agradando e recuperando a confiança dos fãs. "Paradise Lost" (2005) trouxe de volta a faceta mais pesada e soturna, e "In Requiem" (2007) seguiu pegando pesado e ainda apresenta um Nick Holmes cantando de forma mais agressiva, naquela linha amargurada, berrada às vezes. Essa boa sequência de lançamentos, incluiu também ótimos DVDs, como "Draconian Times MMXI" (2011), e culminando agora em 2012 com este "Tragic Idol".

Em "Tragic Idol", existem algumas diferenças, como os teclados, que ainda aparecem, mas muito menos que nos trabalhos anteriores, e deu-se mais destaque as guitarras. Os vocais estão também mais agressivos, ou seja, tudo está mais agressivo, mais direto, com menos melodias, menos linhas mais "fáceis", aproximando -se muitas vezes do Death Metal, como na faixa "To The Darkness".

Existem, claro, momentos em que soam com mais melodia, como a faixa título, que possui linhas de mais fácil assimilação, Nick canta em um tom mais grave, lembrando a faceta Gothic Metal da banda.


É um álbum que traz um equilíbrio muito bom, trazendo vários elementos encontrados nos álbuns mais aclamados, mostrando novamente a verdadeira identidade do Paradise Lost, que foi sendo recuperada, junto da credibilidade dos fãs, e acredito que não teremos mais guinadas como as da época de "Host", ou seja, evolução tem de existir, mas sem perder identidade, e pessoalmente, o que mais quero é que minhas bandas preferidas "joguem pra torcida", experimentalismos muito além de suas características, que fiquem para projetos paralelos.

Texto: Carlos Garcia
Edição: Caco Garcia
Revisão: Xavier
Fotos: Divulgação


Ficha Técnica
Banda: Paradise Lost
Álbum: Tragic Idol
Ano: 2012 
País: Inglaterra
Tipo: Doom/Dark Metal
Selo: Century Media

Formação
Nick Holmes (Vocal)
Greg Mackintosh (Guitarra)
Aaron Aedy (Guitarra)
Steve Edmondson (Baixo)
Adrian Erlandsson (Bateria)

Assista ao vídeo clipe de "Honesty in Death"

Tracklist
01. Solitary One
02. Crucify
03. Fear Of Impending Hell
04. Honesty In Death
05. Theories From Another World
06. In This We Dwell
07. To The Darkness
08. Tragic Idol
09. Worth Fighting For
10. The Glorious End 
Official Site

sábado, 25 de agosto de 2012

Omfalos: Pioneirismo em Prol da Obscura Arte

Dupla/banda do Distrito Federal experimentando no Black Metal

A simples menção do nome Miasthenia já é sinônimo de qualidade em música extrema no Brasil, afinal de contas, a horda está na batalha há muito tempo e sempre lançando verdadeiros  artefatos que honram a tradição do Metal negro. 

Foi com bastante empolgação que fui encarar o trabalho do duo Omfalos,  que é composto por Thormianak (guitarras, baixo e teclados) e Le Misanthrope (vozes e samplers), acompanhados de Dale Nixon na bateria e, nesse primeiro lançamento “Idiots Savants” (2012), os caras conseguem fazer um som complicadíssimo de classificar, mas que deixa qualquer fã de extremismo de boca aberta ao transitar entre as raízes do estilo, passando por flertes com o Grind e Death,  elementos eletrônicos e até mesmo atmosféricos. O que poderia ser um verdadeiro sacrilégio torna-se um surpreendente trabalho.

Tudo se inicia com a enigmática intro  “Que Bonito Es Un Entierro” que logo dá espaço para a massacrante “Drain The Air Out Of My Lungs”, extrema, veloz e destrutiva  com uma grande melodia de fundo,  lembrando os bons (antigos) momentos do Dimmu Borgir, porém mais extremo que os noruegueses.

Omfalos buscando transpassar os limites do Black Metal

“The Naked Lunch” é um ode ao Metal da escuridão, lembrando que aqui tem músicos de Black Metal. A aura que essa música desperta no ambiente é gélida com alguns vogais mais rasgados aproximando a banda do Doom Metal, o que é uma referência positiva.

Por outro lado, “Bipolar Affective Disorder Suite” apresenta um grande número de variações e até mesmo uma inclusão de elementos eletrônicos, mas sem abrir mão da agressividade, casando perfeitamente com a temática da banda: toda a agonia e perturbações que vivem a mente humana.

“Idiots Savants” não é um álbum fácil, mas dê uma chance a si mesmo, ouça esse artefato e amplie sua visão acerca do que venha a ser música extrema.

Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Omfalos
Álbum: Idiots Savants
Ano: 2012
País: Brasil
Tipo: Experimental Black Metal

Formação
Thormianak (Guitarra, Baixo e Teclados) 
Le Misanthrope (Vozes)
Dale Nixon (Bateria)

Track List
1 - Que Bonito és un Entierro
2 - Drain The Air Out Of My Lungs
3 - Sleep State Misperception
4 - The Naked Lunch
5 - Anonymous Hate Manifesto
6 - Bipolar Affective Disorder Suite
7 - A Funeral Dirge For My Sanity
8 - The Desperate Ballad Of The Motherless Child
9 - A Failed Experiment in Fitting Into This World

Acesse e conheça mais sobre a banda

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Grave Digger: Vídeo às Vésperas de Novo Álbum

Banda parte para nova temática: Grécia Antiga


Há algumas semanas a lendária banda alemã Grave Digger lançou seu EP “Home at Last”, aperitivo para “The Clash of Gods”, disco que sai neste próximo dia 31.

Mas ainda estava faltando um vídeo. E a faixa-título recebeu, esta semana, um registro, mostrando a nova temática adotada pela banda, que é a cultura da Grécia Antiga, fio norteador do vindouro disco.

A première saiu através da revista alemã Metal Hammer, já acostumada a fazer atividades como esta, mostrando a força que a revista tem mundialmente.

A formação atual que vai lançar seu 3º disco, o 16º da carreira
Confira resenha de “Home at Last” (clique aqui) e assista ao mais novo vídeo da banda de Chris Boltendahl e cia.

Texto e edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação


Assista ao vídeo "Home at Last"

Nervosa Lança Sua 1º Demo em Meio às Conquistas em 2012

Trio está se tornando uma das referências do Thrash Metal underground brasileiro



A banda paulistana de Thrash Metal Nervosa, formada pela Fernanda Lira (baixo e vocal), Prika Amaral (guitarra e backing vocals) e Fernanda Terra (bateria) lançou no domingo passado (dia 19) seu primeiro demo intitulado “2012”.

Nervosa foi formada em 2010, quando Fernanda Terra e  Prika Amaral se conheceram. Em 2011, Fernanda Lira entra na banda para, assim, consolidar e dar início a um trio que mesmo sendo novo no cenário underground, vêm conquistando cada vez mais fãs e firmando seu espaço no Metal nacional. Fato que pode ser verificado e comprovado, quando a banda divulgou o primeiro vídeo clipe oficial da música "Masked Betrayer",  produzido pela empresa  AV Works, que em apenas três dias após o lançamento teve mais de dez mil acessos.

O ano de 2012 vem sendo bem promissor para a banda, pois além de já estar saindo do cenário São Paulo – Rio de Janeiro, fazendo shows em Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, etc. e de já ter tocado no Rio Grande do Sul, mais precisamente em São Leopoldo, a banda tem sido bem elogiada e aclamada pelas mídias especializadas e fechando grandes contratos, sendo a única banda brasileira a assinar com a Napalm Records.

Capa do primeiro registro da banda que já está assinada com a Napalm Records

A demo tem três músicas que são: “Time to Death”, “Masked Betrayer” e “Invisible Oppression”. Músicas do mais alto, puro e empolgante Thrash Metal e que estão disponíveis no site da banda. 

Com o vocal rasgado e potente de Fernanda Lira e seu marcante baixo, o peso violento dos riffs da Prika Amaral, acompanhado de seus  pegajosos backing vocals e Fernanda Terra em sua incrível e destruidora bateria, fazem desse demo, um trabalho digno do nome da banda. Em suma, um Thrash Metal “Nervosa”.

Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Conheça mais sobre a banda:

Assista ao vídeo de "Masked Betrayer"