quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Resenha de Show - VII RS Metal Fest: Satisfação Garantida!


Capitulo I – Chumbo Grosso

Calibre grosso carregado do mais puro Heavy Metal, a Zerodoze pisa no palco com pontualidade. Tocaram para um público bem restrito e aqui poderíamos discorrer sobre uma gama de motivos (chuva, horário, domingo, etc.), mas enfim, não vamos deter energias nisto. Alias energia é uma palavra interessante a ser usada para ilustrar a apresentação da banda, André Lacet inicia a festa com o baixo bem marcado de “Ninguém”:

 - “Vou embora desse lugar, não quero encontrar mais ninguém...” Tá mais do que na cara que eles não estavam falando do Opinião, pois a imagem vista, mostrava três músicos em perfeita sintonia e demonstrando gostar muito de estar no lugar que nasceram para estar: -  O Palco!


Pra brindar o começo da festa, o trio emenda na épica “Symphony Of Destruction” do Megadeth e pronto, era como se estivem dizendo:

- Oficialmente, declaramos que o VII RS METAL FEST começou!

Apresentação sóbria, mas nem um pouco contida. A Zerodoze mostrou experiência e deixou evidente que, os anos (de estrada) de palco ensinaram que, pouco importa o número do público (claro que quanto mais pessoas, a festa fica mais bonita). Seja uma platéia de 100 pessoas ou 10 000, uma coisa é certa: A explosão musical será a mesma!

Parabéns fizeram bonito e empolgaram a galerinha colada na grade. Mas só pra deixar bem claro, já vimos o Opinião lotado pra aplaudir o (Power) trio. Logo abaixo segue o link do clipe de “Essa Mulher”, sonzera que também compôs o set da noite.


Aproveitaram muito bem cada segundo do tempo que foi destinado, e pra encerrar desferiram um pataço em cheio no meio da turma, chamado “Da Onde Veio”. Nessa noite, quem assumiu a batera foi o Jean Montelli, ainda em fase de testes na banda, vamos torcer para que tudo se acerte e que, se for melhor para a banda, o Jean possa permanecer.

A Zerodoze é:
Cristiano Wortmann (Voz e Guitarra)
André Lacet (Baixo)
 Jean Montelli (Bateria)

Set Zerodoze:
 Ninguém
Symphony Of Destruction (Megadeth cover)
Essa Mulher
Wrathchild (Iron Maiden cover)
Horas Vagas
Black and Gray
O Gole
Da Onde Veio





Capitulo II – Um Atentado

Após alguns minutos de silêncio, o telão começa sua elevação novamente e revela a segunda banda da noite, que daria continuação no embalo iniciado pela Zerodoze. Em ritmo de comemoração dos seus 20 anos de estrada, assume o palco a Grosseria, com muita história pra contar, letras irreverentes e muita atitude. Este era um dos shows mais curiosos da noite, considerando a faixa etária do público, um número pequeno apenas já havia visto a Grosseria ao vivo.

A banda exibiu uma apresentação enérgica, também para um público restrito, mas a casa já dava sinais de despertar, a hora já estava se avançando e era chegado o momento dos bangers deixarem as tocas para ir até o Bar Opinião. Neste mesmo palco, em 2013, a Grosseria esteve ao lado da gringa Biohazard. Apresentação solidificada e calcada no Thrashcore, com certeza de curiosidade satisfeita.


O que foi visto e ouvido agradou olhos e ouvidos dos iniciados. A banda se preparava para o encerramento da apresentação, e o rufar dos tambores chega ao som do trio “Carro Bomba”, “Degradação” e “Porrada!”. O que era novidade para alguns, para outros significava matar saudades. Saudades de ouvir Grosseria e outros matando saudades do palco. Vida longa Grosseria e obrigado pela bela noitada!

Grosseria é:
 Leandro Padraxx (Vocal)
 Guga Prado (Guitarra)
 Rick Santos (Guitarra)
 Daniel Lobato (Bateria)
 Guilherme Carvajal (Baixo)

Set Grosseria:
1 Desossar
2 Sem Controle
3 Cidade Obscura
4 Mordaça
5 Demente
6 Carro Bomba
7 Degradação
8 Porrada!




Capitulo III – Morte da Carne

Hora de começar a desgraceira, tudo acertado para a terceira banda da noite e o palco recebe mais um trio, o Clã Lustosa havia chegado. Demonstrando claramente na expressão do olhar, a sede de estar no palco mais uma vez. O público atingiu contingente mínimo para que se formassem os primeiros indícios de mosh.

They´re stealing you
While you smile
They´re raping you
As you celebrate your carnival
Few cultures know
Appreciate themselves…” – The Protester

Sem muita conversa mole, saíram disparando todo o poder de fogo disponível. Abriram com “The Protester” e “Liars” na sequencia. Mauriano impulsionando a destruição pela imposição do vocal poderoso e manobrando o baixo em formação de combate, Parahim conduzindo os solos e riffs no flanco direito do palco e na contenção, Marlo brandindo baquetas ao fundo, caso alguém conseguisse passar ileso pelo primeiro pelotão.  

Particularmente falando, este era a grande expectativa da noite, foi à primeira vez ante a Carniça ao vivo. Não poderia ser diferente, assim como muitas outras bandas gaúchas, a Carniça se mostrou muito digna do respeito adquirido. Além das músicas extremas, com letras contundentes e chamadas para a realidade, o trio vestia-se com o que há de melhor.

Mauriano estava homenageando a Torvo, Marlo estava com a camiseta da Krisiun e Parahim era Carniça de corpo, alma e sentimento. Pois é, coisa melhor não há e é “tudo nosso” (Torvo e Krisiun... seriam pedidos de inclusão no próximo Fest? Quem sabe!).


Som do Opinião já é famoso pela competência em segurar o tranco, alias um salve para a turma da equipe técnica de som e luz, sempre executando com maestria. Normalmente passam despercebidos, mas isso é sinal de que tudo correu bem. Se você sai de um show lembrando-se da equipe de som ou de luz, algo não saiu como deveria! Ainda que houvesse muito mais gás a ser queimado pela Carniça (e estou certo que sim), a apresentação deveria encerrar para que se cumprisse a profecia do tempo determinado anteriormente.

E assim como nas vestimentas, o carinho pelo que é nosso se mostrou em notas musicais também, o show chegou ao fim e foi em sentimento de homenagem aos mineiros da Sarcofago ao som de “Midnight Queen”.

Carniça é:
Mauriano Lustosa (Baixo e Voz)
Marlo Lustosa (Bateria)
Parahim Neto (Guitarra)

Set Carniça:
1 - The Protester
2 – Liars
3 - Nations Of Few
4 - Rotten Flesh
5 -  Oil War
6 - Prayers before the death
7 - Midnight Queen – (Tributo Sarcofago)




Capitulo IV – A Negligência Infernal

Com o público a pino, a Distraught chega “metendo o aríete na porta”, nada de novidade, pois não se podem esperar muitos afagos da banda quando estão no palco. Não condiz com a personalidade da banda. Veja bem que, estou falando em questão de atitude e agressividade no desempenho e sonoridade, já que pessoalmente são verdadeiros lordes e sempre atenciosos com os fãs.

A banda sobe no palco com ares de “dever cumprido” em relação ao The Human Negligence is Repugnant (seu trabalho mais recente), e a intenção é despedir-se da tour do disco, pois novas ideias e composições estão brotando. Hora de deixar o “Human...” descansar em paz, por um tempinho.


Já que é pra ser assim “Gates of Freedom” foi à eleita para promover o abalo sísmico inicial. Show foi equilibradamente linear o tempo todo, mantendo o calor sempre. André (vocal) e Nelson (Baixo) iniciaram uma sequencia “headbangs” que foi de dar inveja, isso elevou ainda mais o clima Thrash da noite. A surpresa chega à quarta música, uma prova cabal de que, coisa nova está por vir. “Lost” era o nome da destruição, que será parte integrante do novo trabalho da banda, digamos que aconteceu uma “degustação”.

Uma noitada que entrará para o hall da fama dos shows em Porto Alegre. Resta-nos agora aguardar para saber o que a banda nos trará de novidades. A apresentação encerra com o famoso Wall Of Death, em “Insane Corporation”. E emenda na finaleira destruidora ao som de “Reflections Of Clarity e “Hellucinations” (ambas do Unnatural Display Of Art).

Distraught:
André Meyer (Vocal)
Nelson Casagrande (Baixo)
Everton Acosta (Guitarra)
Ricardo Silveira (Guitarra)
Dio (Bateria)

Set Distraught:
1 Gates of Freedom
2 Psycho Terror Class
3 The Human Negligence Is Repugnant
Lost
5 Justice Done By Betrayers
6 Borderline
7 Insane Corporation
8 Reflections Of Claraty
9 Hellucinations.




Final – A Vingança Anunciada

Fechando a noitada com uma grande “chave de ouro”, com o cabo cravejado de diamantes, chega a Hibria e toda sua ira em forma de vingança silenciosa (que de silenciosa não tem nada, e o Opinião que o diga). A proposta era a seguinte: Rodar o Silent Revenge na integra sem dó nem piedade! Pois, senhores, que seja cumprido o seu desejo, certamente só temos a agradecer.

Durante a apresentação, conforme a proposta, claro que o público contou com a participação especial do André Meyer (vocalista da Distraught). Ainda seguindo nesta proposta, o público que lá esteve naquele domingo, presenciou algo único. Algumas das músicas do atual trabalho da Hibria foram executadas, ao vivo, pela primeira vez (sim, presenciamos um momento histórico para a banda), a exemplo da “The Place That You Belong”. Ainda que alguns fãs tenham notado um semblante mais sério e menos entrosado, a banda fuzilou o disco na íntegra com muita energia.


A sincronia da banda é cada dia mais visível, e por motivos óbvios, a Hibria acabou tendo mais tempo em palco, e todo tempo é pouco. Após a execução do Silent Revenge, a banda retorna para relembrar algumas faixas dos trabalhos anteriores.

Hibria é:
Iuri Sanson (Vocal)
Abel Camargo (Guitarra)
Renato Osorio (Guitarra)
Benhur Lima (Baixo)
Eduardo Baldo (Bateria)

Set Híbria:
Silent Revenge
Lonely Fight
Deadly Vengeance
Walking To Death
Silence Will Make You Suffer
Shall I Keep Burning?
The Place That You Belong
The Scream Of An Angel
The Way It is

…Mais Encore!


Cinco bandas, uma noite e um ciclone de energia. Após encerrar a apresentação, encerram também o Fest deixando os fãs de alma e coração lavados. Todos descem do palco e ficam trocando ideias e fotos com amigos e fãs. Parabéns a Pisca Produtora e Opinião Produtora, ainda teremos muita estória pra contar, graças a vocês. 

O ponto Negativo da noitada ficou por conta de uma falha de comunicação entre os seguranças do Opinião. 
Aconteceu um impedimento do nosso redator, ao tentar acessar o brête frontal, local onde ele permaneceu tranquilamente até o terceiro show. Um dos seguranças havia dito que era ordem da chefia dos seguranças, porém outro segurança falou que a chefia já havia se retirado do local. Apenas um fator a ser analisado com cuidado, afinal de contas estamos sempre do mesmo lado trabalhando em conjunto.


Cobertura por: Uillian Vargas
Fotos: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Andre Matos: 20 Anos de "Angels Cry" Retorna a Capital Gaúcha


Nascido na década dourada de 70, Andre Coelho Matos (ou só Andre Matos) veio ao mundo com o talento gravado no seu código D.N.A. e aos sete anos de idade já fazia aulas de piano.

Aos 13 anos juntou-se ao Viper, e mesmo achando que ainda não estava preparado para tal, assumiu o vocal da banda. Tudo muito cedo e imaturo, porém a responsabilidade não entende os tempos, quando já se nasce com o espírito marcado pela música.


Em 2000 fundou a Shaman junto com mais dois amigos (Luis Mariutti e Ricardo Confessori). Mas foi em 1991, enquanto estava na faculdade, que Andre Matos conheceu Rafael Bittencourt e este “cruzar de caminhos” mudou conceitos musicais da época e colocou o Brasil nas referências do Metal pra sempre, estava criado o Angra.

 E para comemorar esta verdadeira celebração da música e do sentimento, Andre Matos volta a Porto Alegre para executar o clássico Angels Cry na integra. Disco que foi lançado em (1993 no Japão) 1994 para o mundo. Mais uma vez a Road To Metal estará lá para registrar cada momento, seguem os detalhes do evento:

ANDRE MATOS (TOCANDO ANGELS CRY)

Local: Opinião (Rua José do Patrocínio, 834)


Banda convidada
Daydream XI

Classificação etária
14 anos

Quando: nove de novembro, domingo

Cronograma
19h – abertura da casa
19h30min – Daydream XI
21h – Andre Matos

Ingressos
Primeiro lote: R$ 60,00 - ESGOTADO
Segundo lote: R$ 70,00
Terceiro lote: R$ 80,00

HotPass
R$ 20,00

*O HotPass dá direito a entrar 30min antes de a casa abrir para os demais clientes. Quem adquirir o passaporte deve estar na entrada do Opinião às 18h30min (sem necessidade de entrar na fila).
** A compra do HotPass não vale como ingresso para o
show.

PONTOS DE VENDA
Online
www.ticketbrasil.com.br (em até 12x no cartão)

Lojas
Sem taxa de conveniência:
Youcom – Bourbon Wallig, 3º piso. Fone: (51) 21181186



Com taxa de conveniência (R$ 3,00):
A Place – Voluntários da Pátria, 294, loja 150. Fone: (51) 3213-8150
Zeppelin – Marechal Floriano, 185, loja 209 da Galeria Luza. Fone: (51) 3224-0668
Youcom – Bourbon Ipiranga, 1º piso. Fone: (51) 3204-5210
Youcom – Shopping Praia de Belas, 3º piso. Fone: (51) 3206-5530
Youcom – Barra Shopping, térreo. Fone: (51) 3206-5423


*A organização do evento não se responsabiliza por ingressos comprados fora do site e pontos de venda oficiais.
*Será expressamente proibida a entrada de câmeras fotográficas profissionais e semiprofissionais, bem como filmadoras de qualquer tipo.
*A organização do evento não se responsabiliza por ingressos comprados fora do site e pontos de venda oficiais.

Informações
Abstratti Produtora
(51) 3026-3602
abstratti@abstratti.com.br


Outros eventos Abstratti Produtora
08/11 – Rosa de Saron - http://bit.ly/1vNqfMv
15/11 – Never Shout Never - http://bit.ly/1pPE7A4

06/10 – Gotthard, Hammerfall e Edguy - http://bit.ly/1CXr4TU


Texto: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson
Fotos: Divulgação

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Resenha de Show: Dream Theater - Zepp Tokyo (20/10/2014)


De fãs engravatados a headbangers uniformizados, o DT faz sua segunda noite em Tokyo.

Alguém já viu algum fã ir a um show de Rock engravatado? Ou ver um fã beirando os 50 anos com um coturno com cadarços roxos? Não né? Pois é, coisas de Japão. Após a apresentação no festival Loudpark, no Saitama Arena, o Dream Theater fez o segundo show na cidade de Tokyo, entrando pontualmente às 19:00 na casa de shows Zepp Tokyo.

Essa é a terceira casa de shows aqui na cidade que eu vou, e particularmente o som dessa estava perfeito. Antes do show se iniciar, o vocalista James LaBrie pergunta: “Ontem tivemos somente 90 minutos, hoje teremos 3 horas, tudo bem para vocês?” Nem preciso dizer que a galera ficou frenética.


Com set idêntico ao último DVD: “Breaking The Fourth Wall” a banda abre com “False Awakening”, seguida de "The Enemy Inside", e há japonesada um pouco tímida, cantava junto a LaBrie o refrão.

Em “Trial Of Tears”, Jordan e seu teclado são fantásticos! O cara se junta à Petrucci e Myung, que trio perfeito! Enquanto rolava a animação de “Enigma Machine”, (fantástica, diga-se de passagem), Myung parecia ter pulga nos dedos, o cara é rápido e toca demais! Ouvi alguns fãs comentando que não sabiam se assistiam a animação exibida no telão, ou se olhavam para os caras tocando. O público estava encantado!
Mike Mangini não deixa a desejar, comanda a batera muito bem, interage com os presentes, sorri, e faz um solo digno.

A galera em alguns momentos parecia estar anestesiada, alguns esboçavam sorrisos, outros mal piscavam. Só eram então “acordados” quando o frontman se aproximava. Inclusive ele faz questão de dizer e agradecer que o novo álbum está em primeiro lugar no gênero Rock no Japão.


Quando a banda passa a tocar as músicas recentes (do disco que leva o nome da banda lançado em 2013), dá a impressão que os fãs japoneses não conhecem as letras, mas quando iniciam “Lie”, seguida por “Lifting Shadows Off a Dream”, o coro fica bonito. Não rolou nada do “Octavarium”, mas essa dobradinha do álbum “Awake” foi demais! Chega a hora do bis, e é só aparecer 1928 no telão, que a galera deixa a timidez de lado, pulam e acompanham em coro os solos de Petrucci em “Overture 1928”. Deu pra ver que o quinto álbum: “Metropolis Pt2: Scenes from a Memory” é o preferido dos japoneses.

Já se passam mais de duas horas e meia de show, mas ainda a banda tem fôlego para “Finally Free” (com LaBrie em uma performance irretocável), tirei o chapéu. A banda se despede de Tokyo com “Illumination Theory (Outro)”, e os fãs aplaudem de pé, gritam e ovacionam. Realmente foram 3 horas de show para japonês nenhum botar defeito.


Infelizmente não pude registrar o show com fotos, pois aqui no Japão é extremamente proibido câmeras profissionais, semi-profissionais e pasmem, até câmeras de celulares não é permitido. Não havia ninguém registrando o momento, mas não resisti e dei meu “jeitinho brasileiro”.


Cobertura por: Jennifer Yanaguita
Fotos: Jennifer Yanaguita
Edição/revisão: Renato Sanson

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Eterna: "Spiritus Dei", A Longa Espera Valeu a Pena



Como o próprio nome do grupo pode também sugerir, a missão do Eterna segue, e seguirá trazendo qualidade e bom gosto musical, independente de quaisquer que sejam as crenças do ouvinte, o fã de Metal/Hard que tenha cabeça aberta, e que se importe exclusivamente com a qualidade da música apresentada, certamente terá em "Spiritus Dei" uma excelente opção, pois não tenho receio nenhum em apontar o álbum como um dos melhores do ano.

O álbum, produzido pelo vocalista Neno Fernando e co-produzido pelo guitarrista Paulo Frade, vem sendo gravado desde 2011, e os fãs que já conhecem a banda, tenho certeza que estão satisfeitos, e sentindo-se recompensados, pois a longa espera por um novo trabalho valeu a pena (O último trabalho de estúdio foi "Epiphany", de 2004, e depois dele tivemos o "Eterna Live", em 2006) e, apesar de algumas dificuldades, incluindo alterações no line-up, o grupo não perdeu força, e parece que reuniu ainda mais energias.

Adicionar legenda

Em "Spiritus Dei", nos traz praticamente um apanhado desses anos todos na estrada, com seu Metal que transita pelo Prog e Hard, alternando músicas pesadas, melódicas e técnicas, sempre com muito feeling, aqui parece que encontra a dose perfeita. 

Há um ênfase maior nas melodias e refrãos, e diria que este álbum está mais Hard, com alguns momentos com um pé no AOR, ou seja, baladas de extremo bom gosto, sendo impossível não se emocionar com as belas melodias de canções como em "Só Quero Você" (que ganhou um clipe) ou "Em Teus Braços". 

Mas os momentos mais pesados também estão presentes, como em "Forte Brado", que lembra o hino "Terra Nova" pela sua letra, que fala sobre o amor pela pátria, aliás, falando nisso, a maioria das músicas de "Spiritus Dei" são em português, e o vocalista Neno Fernando dá um show, pois não é tarefa fácil fazer Metal e Hard em português, além claro, de suas grandes e inspiradas interpretações, transmitindo muita emoção em cada faixa.


Temos duas faixas em inglês, a Hard/Heavy "Turning Back", que possui um refrão simplesmente irresistível, pega de imediato, aliás, refrãos e melodias marcantes não faltam em "Spiritus Dei", e "Jesus", que inicia com corais angelicais, Hard/Heavy de primeira, soando bem 70's em muitos momentos, principalmente nas belas intervenções do teclado, 

Do lado mais técnico e Prog, temos "Sétimo", a sétima faixa, do sétimo álbum, um tema mais cadenciado, climático, com grandes melodias e muita técnica. Poderia falar de todas as faixas, pois não há músicas "fracas", o nível é realmente alto, mostrando que o Eterna é um dos mais talentosos nomes do nosso Metal.

Um excelente álbum, repleto de composições de extremo bom gosto nas melodias, refrãos cativantes, apuro técnico e muito feeling. Reitero, não há como não figurar em várias listas de melhores do ano. Já está no topo da minha. 


Texto/Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação



Ficha Técnica:
Álbum: "Spiritus Dei"
Ano: 2014
Produção: Produzido, gravado, mixado e masterizado por Neno Fernando, NF Estúdio, entre 2001/2014
Co-produzido por Paulo Frade
Capa: Carlos Fides
Encarte: Paulo Frade
Selo: Independente
Estilo: White Metal, Heavy/Hard






Line-up:
Gerson Reyes: Bateria
José Cardillo: Teclado
Neno Fernando: Vocais
Paulo Frade: Guitarra

Obs:
Sessões de bateria gravadas por Marco Aurélio, exceto as músicas 8, 9, 10 e 11, por Gerson Reyes e música 4 por Fabiano Rezende
Guitarras, violões e solos por Paulo Frade
Teclados, por José Cardillo
Baixos, Jason Freitas, exceto música 9, por Paulo Frade, e música 4, por Vagner Souza
Gaita de fole na faixa "A Chama", por Ricardo Colombera


Tracklist:
1. Spiritus Dei
2. Forte Brado
3. Medo
4. Turning Back
5. Do Outro Lado
6. A Chama
7. Sétimo
8. Só Quero Você
9. Eu Sei
10. Anjo De Luz
11. Jesus
12. Em Teus Braços
13. Lembra-Te (Acoustic Version)




terça-feira, 21 de outubro de 2014

Resenha de Show - CrashDïet: Noite Memorável em Porto Alegre/RS


Noite de quinta-feira (08/10) começa com chuva forte em Porto Alegre, mas isso não é desculpa para os fãs da banda sueca CrashDïet, que às 19h já formavam uma fila no teatro do CIEE.

A banda foi fundada por Dave Lepard, ex-vocalista (já falecido), no ano 2000, em Estocolmo e tem como influência Mötley Crüe, Hanoi Rocks, Kiss, entre outras. O Crashdïet atualmente é formado por Simon Cruz (vocalista), Peter London (baixista), Martin Sweet (guitarrista) e Eric Young (baterista).

 Às 21h fecham-se as cortinas do teatro e o público começa a ficar inquieto, o teatro começa a encher e alguns minutos depois, eles entram com a primeira música do show, “Falling Rain”, que pertence ao álbum “The Unattractive Revolution” de 2007. O setlist foi bem misto, com 16 músicas ao total, alternando entre todos os álbuns da banda.


O público presente fez bonito, sabia todas as letras e respondiam as perguntas de Simon aos berros. Algumas músicas depois e começa a famosa “Queen Obscene” / “69 Shots”, a galera vai à loucura quando Simon passa o microfone para que cantem o refrão.

Logo após dá-se inicio “XTC Overdrive”, música que eles decidiriam tocar de última hora e deixaram muitas pessoas felizes, por não ser comum no set da banda. Com uma pausa e uma introdução, começa “Cocaine Cowboys”, primeira música de divulgação do mais recente álbum.


Mais uma vez a platéia prova que conhece as letras e canta junto em todas as frases e refrões. O ponto alto do show, foram as duas músicas finais, “Riot in Everyone” (clássico da era Dave Lepard), onde a galera esperava com empolgação por ela, que eles acabaram deixando para o final do show. A última, “Generation Wild”, outro hino do CD de 2010, primeiro com o Simon nos vocais, fecha o show com destaque nos fãs gritando o nome da banda e pedindo por mais.


Parabéns a Abstratti Produtora por trazer um dos grandes nomes do Sleaze/Hard Rock mundial, além da bela organização e estrutura. E parabéns ao público que compareceu em bom número em um dia de semana chuvoso.




Cobertura por: Mariana Della Giustina
Fotos: Mariana Della Giustina
Edição/revisão: Renato Sanson


Setlist:

Falling Rain
Down with the dust
Rebel
Native Nature
Drinkin' Without You
So Alive
Queen Obscene / 69 shots
XTC Overdrive
Breakin the Chainz
Cocaine Cowboys
Armageddon
Garden of Babylon
Beautiful Pain
Chemical
Riot in Everyone

Generation Wild

sábado, 18 de outubro de 2014

Amazon: Evolução e Maturidade em um Belo Álbum


O Amazon surgiu como uma das belas promessas do Symphonic/Power Metal brasileiro, tendo uma boa repercussão do seu debut, “Victoria Regia” (2005), lhe rendendo alguns shows de abertura com grandes nomes do estilo. O Segundo álbum, "Nature's Last Ride" (2010), foi lançado apenas de forma digital, também tendo boa aceitação por parte dos fãs e imprensa especializada. Mas a banda não se acomodou, e fez o que todo mundo deveria fazer, investiu em seu trabalho e buscou evoluir ainda mais.

Renato e Sabrina mudaram-se para a Alemanha e foram buscar a produção de Amanda Somerville e Sander Gommans (que também participa com alguns solos), e o resultado de todo o trabalho e investimento agora toma forma, pois seu terceiro álbum, “Rise!”, está pronto para ser lançado, e fomos convidados para ouvi-lo, sendo que de imediato a primeira impressão foi ótima, e depois de mais algumas audições posso dizer com certeza que é o melhor trabalho do Amazon, além de apresentar um trabalho de alto nível, pronto para alavancar a carreira da banda.



“Ball of Vanities” abre o álbum da melhor forma possível! Não seria exagero dizer arrasadora, pois o que se ouve é o grande resultado alcançado pelo investimento da banda em seu trabalho, tendo suas potencialidades melhor exploradas e seguindo sua evolução, pois a banda desde o início vem dando passos à frente, mas em “Rise” realmente alcançaram um patamar mais elevado. O Symphonic/Power Metal do grupo soa mais moderno, mais pesado, e na faixa de abertura se destacam as belas e marcantes melodias de teclado e vocais, aliás, Amanda Somerville soube também explorar melhor ainda o potencial de Sabrina, que apresenta vocais mais seguros e variados, em ótimas interpretações através de todo o álbum.

“Three Lives” e “The Path” mantém o nível alto, modernas, melódicas e pesadas, refrãos marcantes, e lembram umas das influências da banda, que são os finlandeses do Nightwish, principalmente nos coros e arranjos de teclado (quem sente saudade da linha seguida em  “Oceanborn” e "Wishmaster").

“Suicide Note”, como não poderia deixar de ser, soa bem dramática, com interessantes levadas na batera, enquanto que “Prisoners of the Sea” é bem épica e passa por variações bem Heavy Tradicional, alternando passagens mais velozes; “Sins” é mais “quebrada”, com mudanças de andamento e Sabrina também variando, com tons mais altos em algumas partes, além de destacar também belas passagens de piano; “Immortal” traz novamente à tona o Symphonic/Power Metal característico, com refrãos e riffs marcantes e melodias pegajosas, como diria um amigo meu: “É pão quente!” Não tem erro.


“Time” começa com guitarras e cozinha pegando pesado, seguindo essa levada mais pesada e cadenciada, ganhando velocidade e melodia no pré-refrão e refrão; “New Horizons” também começa bem agressiva, alternando com partes mais cadenciadas e vocais suaves de Sabrina, crescendo num belo e marcante refrão, lembrando mais uma vez o Nightwish, principalmente durante e após a parte do solo de guitarra; “Bittersweet” fecha mantendo o ótimo nível, novamente com belas melodias, riffs e refrãos marcantes.

O Amazon foi buscar novos horizontes, seguiu buscando evolução, investiu, e os resultados estão aí, num álbum moderno, melódico, empolgante, muito bem cuidado em todos os detalhes, desde produção sonora até a parte gráfica, e eles estão prontos para galgar mais alguns degraus. Are you ready to "RISE!" ?


Texto/Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Amazon
País: Brasil
Álbum: Rise! (2014)
Estilo: Symphonic/Power Metal
Produção: Amazon, Sander Gommans e Amanda Somerville
Selo: Ravenheart

"As músicas são ótimas, eu fiquei com elas na cabeça desde que começamos a trabalhar juntos e tenho certeza que o mesmo acontecerá com as outras pessoas. Divirtam-se ouvindo-o!" - Amanda Somerville, uma das produtoras de "RISE!"



Formação:
Sabrina Todt - Vocals, Flute
Renato Angelo - Guitars, Keyboards, Programming
Marcos Frassão - Drums, Percussion
André Pedral – Bass 
Danilo Angelo - Compositions


Set List:
Ball of Vanities
Three Lives
The Path
Suicide Note
Prisoners of the Sea
Sins
Immortal
Time
New Horizons
Bittersweet


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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Resenha de Show - Decimator, Finally Doomsday e Toxic Holocaust: A União do Underground


Na quarta feira, dia 08/10, a Embaixada do Rock em São Leopoldo, foi sede de uma noite de celebração ao underground. Um excelente público compareceu ao show que teve como principal característica a união entre a cena Punk e Metal da região. Com um pouco de atraso, o evento teve como bandas de aberturas o Thrash Metal da Decimator e o Grindcore da máquina de destruição chamada Finally Doomsday.

Abrindo os trabalhos, a Decimator, formada por Paulo Hendler (vocal e guitarra), Rodrigo Weiler (guitarra), Patrícia Bressiani (baixo) e Alceu Martins (bateria), chegou contagiando o público que ainda estava chegando ao local, com seu Thrash vigoroso. Com 15 anos de estrada, e dois CDs lançados (Kiling Tendency – 2007 e Bloodstained -2010), o grupo mostrou que nossa cena não deve nada ás lá de fora. Uma banda coesa, focada e bem humorada em cima do palco, deu início as rodas que se abririam durante o resto da noite. Destaque para a boa comunicação do vocalista Paulo Hendler. 


Decimator
Um show uniforme do inicio ao fim com um set bem escolhido para o pouco tempo ao qual a banda dispunha. Pra quem não teve oportunidade ainda de assistir a banda, há vídeos no YouTube desta apresentação com as músicas Vivisection, Alien Spring e Pushing. Merecem destaque o trabalho das guitarras e também para a cozinha da banda onde a performance de Patrícia e Alceu merecem méritos. Sem dúvida alguma, a Decimator é uma das grandes bandas do Metal Gaúcho!

Após um breve intervalo, sobe ao palco a Finally Doomsday. Um massacre sonoro, no melhor sentido da palavra! A banda formada por Sebastian Carsin (guitarra e vocal), Rafael Giovanoli (guitarra), Felipe Nienow (baixo) e Márcio Jameson Kerber (bateria) trouxe ao palco da Embaixada toda a podreira e agressividade do Grindcore em músicas como Raven’s Circle, Subhuman Conditions, Post Nuclear Armaggedom e no cover do grande Napalm Death, From Enslavement to Obliteration. Destaque para a comunicação do vocalista Sebastian Carsin que volta e meia soltava pérolas como: “Vamos se mexer galera, isso aqui não é show do Dream Theather...” Como se fosse possível ficar parado perante a porradaria perpetrada pela banda. Em certo momento, o batera Márcio Jameson destacou a união do público naquela noite, ressaltando que: “aquela era a vibe tanto da banda quanto do próprio Toxic Holocaust, pois não vale de nada ficar Punk contra Metal, thrasher contra hard rocker se no fim o governo acaba nos f...”  Sábias palavras! 


Finally Doomsday 
A banda ainda chamou ao palco uma das grandes figuras do Metal gaúcho, Maicon Leite, pra executar um dos maiores clássicos do Ratos de Porão: Vida Animal! E com o perdão do trocadilho, ficou animal! Na minha opinião, sem sombras de dúvidas, o melhor show da noite!

Após mais um intervalo (um pouco mais demorado, diga-se), eis que surgem Joel Grind (guitarra e vocal), Philty Gnaast (baixo) e Nikki Rage (bateria) pra colocar a máquina Thrash TOXIC HOLOCAUST em funcionamento. Entrando com o jogo ganho, e abrindo com uma música do seu mais recente trabalho, Awaken the Serpent, a banda mostrou logo de cara que o entrosamento faz a diferença. In the Name of Science, Reaper’s Grave e Death Brings Death deram seqüência ao show, fazendo com que a galera abrisse rodas e mais rodas. Destaque para o baterista Nikki, com uma pegada digna dos grandes bateristas de Thrash. Já o baixista Philty, apesar de bom músico, se mostrou um tanto “poser”, se é que ainda pode-se usar essa palavra.


Toxic Holocaust
Enquanto Joel Grind se comunicava e interagia com o público, o baixista por vezes se mostrou indiferente à histeria de alguns fãs, chegando ao ponto de em certo momento, acontecer um incidente envolvendo alguém da platéia e o baixista. Fato esse que causou um problema técnico no equipamento, o que fez com que Joel tirasse da cartola o riff the Balls to the Wall do Accept... Não é preciso dizer que a galera foi ao delírio... Problema resolvido e o show teve seqüência com War is Hell, 666, Gravelord e Acid Fuzz foram mais alguns dos destaques do bom show executado pelo grupo. O final com a “clássica” Nuke the Cross já emendou com Metal Attack e Bitch, encerrando o show. Após o término, a banda ficou um tempo tirando fotos com a galera.



Um bom show. Mas que a meu ver, não foi o melhor da noite...

Fica o registro do empenho da galera em comparecer ao evento, pois mesmo sendo em uma quarta feira, a presença de público foi excelente, mostrando que o underground segue vivo e forte! Parabéns ao pessoal do Storm Festival, á Makbo e também a Embaixada do Rock pelo organização do evento.


Cobertura por: Sergiomar Menezes
Fotos: Sergiomar Menezes/Valter Borba
Edição/revisão: Renato Sanson