sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Cobertura de Show - Venom Inc.: A Reencarnação do Verdadeiro Venom! (15/12/15 - Theatro Ypiranga, POA/RS)


A espera por um show do Venom na capital gaúcha foi mais do que aguardada, pois desde o cancelamento do show em 1986 ao lado do Exciter, ficou essa lacuna na história do Heavy Metal em Porto Alegre.

Então 29 anos após este episódio, mais precisamente no dia 15/12 (terça-feira), eis que o Venom desembarca em POA, mas uma verdadeira reencarnação do mais próximo Venom, pois se tratava do Venom Inc., que traz Mantas e Abbadon juntos novamente, com a adição de Demolition Man, que foi o substituto de Cronos na segunda fase da banda inglesa.

A euforia e ansiedade eram grandes por parte do público old school, que compareceu em bom número no ótimo Theatro Ypiranga.

A Sorrowful Dream
A banda responsável por abrir a noite foram os gaúchos da A Sorrowful Dream, que vem divulgando seu mais novo disco, “Passion”. Porém um ponto a se ressaltar é a grande diferença de estilos, pois de fato a ASD não foi a melhor escolha para abertura, pois destoou bastante do evento em si. Tendo em sua frente uma plateia tímida, sendo que muitos ficaram do lado de fora. A apresentação dentro do seu estilo (Dark Metal), foi bastante competente, agradando aqueles que os já conheciam, e se demonstrando uma boa surpresa para quem torceu o nariz.

Então era hora de os mestres entrarem em cena, e passado um pouco das 23h (um horário bem complicado, ainda mais se tratando de uma terça-feira) Mantas, Abbadon e Demolition Man adentram o palco para felicidade dos presentes, e logo de cara despejam um de seus maiores clássicos, “Prime Evil”, mas que acabou sendo ofuscado pelos problemas técnicos no som, pois não conseguíamos ouvir a voz de Demolition, o que deixou o mesmo bastante irritado em palco, mas mesmo assim o público cantou junto e fez bonito enquanto “arrumavam” o microfone.


Ainda com problemas técnicos, o Venom Inc. seguiu com mais um clássico absoluto “Die Hard”, onde fez as primeiras rodas se abrirem, mostrando total euforia dos fãs em ver essa lenda do Heavy Metal tão de perto.

Seguindo o baile e com o público na mão, tome chuva de clássicos e a trinca “Don't Burn the Witch”, “Live Like an Angel (Die Like a Devil) e “Buried Alive” transformou a casa em um verdadeiro caldeirão, pois era impossível ver alguém parado.

A vitalidade que o Venom Inc. mostra ao vivo é de deixar muita banda com inveja, Mantas é um verdadeiro showman ao lado de Demolition, ambos interagindo a todo instante e mostrando total domínio em seus instrumentos. Abbadon mesmo errando a maioria das músicas, seu feeling é impressionante, e não poupou esforços para socar a bateria do começo ao fim. Essa entrega da banda que faz valer a pena, e com certeza entregaram o seu melhor naquela noite.


Como se tratava de uma turnê recheada de clássicos e uma noite especial para o público e para a banda, não houve espaço para pontos baixos no setlist, ainda mais quando o mesmo apresenta músicas do calibre de “Warhead”, “Schizo”, “The Seven Gates of Hell” e “In Nomine Satanas”, fazendo muitos ficarem perplexos com o que estavam presenciando.

Se aproximando do final do show os moshs começaram a acontecer assim como as rodas que não paravam, e quando Mantas começou o riff clássico de “Welcome to Hell”, posso dizer que não ficou pedra sobre pedra, a emoção era latente, e todos estavam cantando seu refrão ao comando de Demolition.  


E claro que o final deste show só poderia ser apoteótico, já que um dos maiores clássicos do Heavy Metal mundial é executado a já carimbada “Black Metal”, seguida de “Countess Bathory” (um dos momentos mais alucinantes da noite), e de dois bis que não figuravam no set, “Witching Hour” e “In League With Satan”, fechando seu show de forma histórica e marcante.

Uma verdadeira aula de Metal old school e carisma, proporcionada por uma das maiores lendas do Heavy Metal. Com certeza Porto Alegre ficará marcada na história do Venom Inc., assim como ficamos marcados na história do Heavy Metal por ter a chance de presenciar tamanho espetáculo.


Considerações finais:

Algo que não poderia deixar de citar foi a má qualidade de som desta noite, o show do Venom em si teve muitos problemas técnicos, o que deixou a banda um pouco desconfortável no começo, mas passaram por cima das adversidades e mostraram muito profissionalismo, que mesmo com o som não satisfatório seguiram com seu show e ainda nos presentearam com duas músicas a mais no setlist. Há também de mencionar a boa iluminação no show, assim como o ótimo espaço físico do Theatro Ypiranga.

O horário do evento também foi um grande tabu, pois se tratava de uma terça-feira, e com a atração principal subindo ao palco a partir das 23h impedia para quem não é de Porto Alegre (e até mesmo para quem é de POA) voltar para casa com tranquilidade, pois depois das 23h o transporte público é praticamente escasso, o que dificulta bastante.

No mais fica o nosso agradecimento para a produtora Som do Peso e que mais apresentações desse nível invada a capital gaúcha em 2016!


Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas
Foto setlist: Fabian André

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