quarta-feira, 19 de abril de 2017

Freaky Jelly: Prog Metal de Técnica, Criatividade e Consistência



O Grupo paulista de Progressive Metal chega ao seu full-lenght de estreia, "Reverse", com produção de Daniel de Sá (Primator, Crossrock, Andragonia e outros), e estará disponível nas principais plataformas digitais.

Lembrando da velha expressão de que não se julga um livro pela capa, a primeira impressão deixada pela arte de "Reverse", concebida pelo renomado João Duarte, é muito boa, indicando já um trabalho bem cuidado em seus detalhes, e o Prog Metal é um estilo que precisa de extremos cuidados nos detalhes, principalmente na sonoridade, e nesse quesito o Freaky Jelly é aprovado com louvor, tanto quanto a capacidade dos músicos como na qualidade da produção.

A música praticada pelo grupo traz a influência de nomes tradicionais como Rush, e dos mais contemporâneos, como Dream Theater e Circus Maximus, primando por instrumental intrincado, com muitas mudanças de climas e texturas bem interessantes, com a banda passando por trechos complexos e cheios de técnica e também peso, mas também explorando caminhos mais melodiosos, com partes límpidas, quase etéreas. 

Os músicos são técnicos e como é natural ao estilo, as partes intrincadas estarão sempre presentes, mas eles deixam a música "respirar", de modo que o que ouvimos não se torna só exibição técnica (apesar de que em um ou outro momento ainda haja alguns excessos), e que possa trazer interesse apenas a aficcionados, mas sim prender o interesse do ouvinte pelas boas soluções, melodias e variações em cada faixa.

A instrumental "Reflections" abre o álbum, e você já poderá notar essas variações de climas que comentei, e certamente vai se deparar com algumas surpresas. Temos então faixas que transitam por diversas trocas de andamentos, como em "Highest Ground" e "Saints and Sinners", que primam por essas viagens por diversos climas, com peso, melodia e trechos intrincados, mas também temos músicas mais, de certa forma, diretas, primando mais a melodia, como a bela "Hardest Party of a Goodbye" e também em "Morning Glory", que é carregada de feeling e traz um refrão memorável (teima em não sair da minha cabeça); e, conforme falei acima, fique pronto para surpresas que nos deparamos durante o álbum, como em "Wake Up", e seus trechos jazzísticos, onde temos até um sax. 


Uma estreia muito boa, Prog Metal com a técnica e a produção sonora no nível que o estilo exige, mas que, apesar de alguns excessos ainda (natural na maioria dos grupos do estilo), não esquece do feeling e das melodias, e como eu disse, deixam a música "respirar". E temos que ressaltar também a versatilidade dos músicos, que construiram os diversos climas nas faixas com naturalidade, destacando os vocais de Ricardo DeStefano, que transita com maestria por várias regiões, e o batera Maurício Gross, que imprime muito suingue. Uma "geleia" de ótima consistência!

Texto: Carlos Garcia


Ficha Técnica:
Banda: Freak Jelly
Álbum: "Reverse" (2017)
País: Brasil
Estilo: Progressive Metal
Produção: Daniel de Sá
Arte de Capa: João Duarte
Selo: Independente
Assessoria: TRM Press

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Line-Up
Ricardo DeStefano: Vocais
André Faustino: Guitarras
Rafael de Paula: Baixo
Mauricio Gross: Bateria
Júlio Vince: Teclados


Track List


01 – Reflections (7:59)
02 – Highest Ground (9:10)
03 – Alicia´s Garden (5:07)
04 – Nothing To Feel (6:56)
05 – Saints And Sinners (11:46)
06 – Hardest Part Of Goodbye (5:02)
07 – Illusions (6:08)
08 – Wake Up (9:20)
09 – Morning Glory (8:12)

  

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