sábado, 26 de maio de 2012

Totem: Poesia e Língua Portuguesa à Serviço do Rock Pesado



“A língua portuguesa, que para muitas bandas de rock é empecilho, para o Totem é sua melhor qualidade”. Inicio a matéria com esta afirmação do release oficial da banda brasiliense Totem.
Com pelo menos 13 anos de carreira, o grupo do Distrito Federal seguiu firme na luta por manter seu som vivo e, embora tendo lançado três demos, apenas ano passado lançou seu primeiro disco completo, “Vale Quanto Pesa”.
Quarteto lançou seu primeiro álbum completo "Vale Quanto Pesa"

Nesse tempo todo, algo admirável é o fato da formação permanecer a mesma desde o início, com Régis Véi no vocal, Fábio Marreco na guitarra, Alex Siqueira no baixo e Thiago Totem na bateria. Mas, e o som? Aí, meu amigo, é que a coisa mostra sua real força.
“Vale Quanto Pesa” (gravado com auxilio do FAC – Fundo de Auxílio à Cultura) traz uma banda que une o Rock Clássico com o peso do Heavy Metal, com riffs que caminham entre o Heavy e o Thrash, com os vocais marcantes de Régis Véi cantados em português, além de uma cozinha com várias viradas de ritmo, deixando a banda, em algumas composições, bastante perto do Metal Progressivo, mas sem soar cansativa e cheia de firulas.
O grande atrativo é, com certeza, a língua. Com letras de pura poesia urbana e simbologias, a banda faz uma crítica à sociedade e traz canções que falam de sentimentos de uma forma que somente poetas são capazes e, o melhor, em língua portuguesa.
Músicas como “Nojanta” traz um peso absurdo, que irá agradar aos mais extremistas, que esperam um disco pesado e cheio de agressividade. Mas não é apenas mais uma banda extrema, e sim um grupo que ousa sem medo e, ao invés de cair numa miscelânea sem sentido, deixa cada uma das 12 faixas com um “quê” especial, seja no refrão, seja na letra, o clima cadenciado (ouça “Esse Morcego”, arrastadão estilo Black Sabbath), etc.
Também há espaço para as baladas, com “Ela Pintada” (até postei uma frase dela nas minhas redes sociais) e “Balada Perdida”, uma linda canção e a mais acessível, comercialmente falando.

Banda é bastante respeitada em Brasília. Na foto, apresentação no aniversário da capital.

O grupo mandou bem ao escolher como vídeo clipe a “Lei do Tabuleiro”, que abre o álbum (confira ao final da matéria), pois mostra vários aspectos do som total da banda, incluindo a quebra de ritmo, a poesia, o peso e agressividade. Assim como “Resistência” com show de riffs pesados de Fábio Marreco, um dos responsáveis pelo peso e os aspectos que aproximam a banda do Thrash Metal. Mas não ficam para trás a cozinha que senta o braço com Thiago Totem e Alex Siqueira, que, numa junção incrível, dão o tom mais grave para as composições.
Para quem ainda torce o nariz para músicas que são cantadas em inglês, sugiro que ouçam “Vale Quanto Pesa” e revejam seus conceitos, pois um álbum como esse bate muitos outros que tenho ouvido nos últimos anos com letras relevantes e qualidade sonora de cair o queixo. Totem ainda dará o que falar na cena nacional.

Stay on the Road

Texto: Eduardo Cadore
Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Totem
Álbum: Vale Quanto Pesa
Ano: 2011
País: Brasil
Tipo: Heavy/Thrash/Prog/Hardcore Metal
Agência: Island Press

Formação
Régis Véi (Vocal)
Alex Siqueira (Baixo)
Fábio Marreco (Guitarra)
Thiago Totem (Bateria)



Tracklist
01 – Lei do Tabuleiro
02 – Nojanta
03 – Resistência
04 – Balada Perdida
05 – Imagem e Semelhança
06 – Maracutaia
07 – Esse Morcego
08 – Futibol
09 – Mulher Ônix
10 – Amor de Monstro
11 – Ela Pintada
12 – Toda Estação (Parte 1)

Acesse e conheça a banda
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Island Press

Assista ao vídeo oficial "Lei do Tabuleiro"


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